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domingo, 19 de julho de 2009

Reavaliando...

Hoje estou no dia do "não quero papo"... Descobri que estava de TPM (esse negócio de tratamento pra endometriose bagunça tudo, eu nunca sei quando vai vir e não entendo quando fico "sensível" pra qualquer coisa até que a fisiologia me responda)... Fora todo o resto de ontem... Mais o final do dia de hoje. 

Crise de asma. Prova fácil e eu não estudei. Disse tanto que ia aproveitar as férias para estudar, por fim nem botei os trabalhos em dia, nem estudei pra prova. E preciso de mudanças. 

Preciso sair de casa. A cada dia que passa, sinto mais falta do meu espaço, o físico também mas principalmente da minha privacidade. Me sinto num túmulo cheio de pregos por dentro. Se não me mexo, fico presa; se me mexo, me machuco; de qualquer forma, uma delas me exige um sacrifício que está me consumindo. Me sinto invadida no meu ser, e isso me incomoda. Manter minha vida particular afastada dos meus pais se tornou uma missão quase impossível, então minto, mas não suporto mentir e isso me judia. 

Sinto-me mais leve depois do "divórcio". Apesar de não tê-lo concluído ainda, apesar das pendências "legais" que ainda nos prendem, mas não o sinto mais como parte da minha vida. E apesar de toda a dor que senti e de todas as lágrimas que derramei, sinto-me melhor disposta, não me sinto mais tão pressionada quanto antes, porque talvez a pior pressão seja aquela que vem de quem deveria aliviar a sua carga, nem que fosse só te escutando quando você precisa desabafar. 

Entretanto, se mente vazia é oficina do diabo, coração vazio é espaço livre pra muitos planos errados. E eu tenho tantos! Mas me acostumei com a idéia do "dois", e não tenho vontade de planejar minhas viagens no singular. Não queria um namoro agora, oficial, conhecer família e dividir o tempo. Só queria um companheiro pra me divertir, viajar, sair pra balada. 

Todos os dias, me pego em devaneios... Já me vejo num apto. meu, com espaço para as minhas coisas, lâmpada branca, cama de casal... Trazendo amigos para fofocar, uma noite ou outra alguém especial para dormir juntos, ainda que só por aquele instante. Talvez o mesmo companheiro que eu queria para todas as coisas acima, por que não? Mas fazer planos sem compromisso é algo que eu ainda não consegui desvincular como a adulta que eu já deveria ser, mas que sou só em uma de minhas metades. Ainda trabalho no conjunto dos Naturais. O 1,5 não faz parte deste conjunto ainda, e não consigo "evoluir" para o mundo do Reais.

Não vejo a hora de ir para o Renascer. Nunca me senti tão "fetal" quanto agora. Não sei mais quem sou, só sei das coisas que quero, e também das que quero e não deveria querer. Levei vinte anos para me conhecer, quatro para me esquecer, e agora os dias são longos porque tento conhecer melhor a pessoa que convivo todos os dias, o tempo todo, mas que não é mais a Larissa de antes e tampouco uma nova. Carrego as lições de uma vida nova aprendida com os sonhos de uma menina que parou no tempo, a maturidade da idade com os erros infantis de quem desaprendeu a se deixar levar pelos fatos.
 

Tenho tido muitos momentos felizes. E isso por si só já é maravilhoso, há anos eu só sabia o que eram prazos, cobranças afetivas, rotina monótona, reclamações, críticas. Mesmo os momentos que deveriam ser divertidos já não tinham a menor graça, o meu mundo estava em preto-e-branco e agora ele tem cores novamente. E que cores! Mas do azul-celeste ao vermelho-sangue tem uma longa distância, e às vezes não sei usar a escada que os separa.  

Tenho sentido muita falta de FALAR. Abrir o que eu penso, o que eu sei e o que esperar, quando, como e se. Mas sei que minha afobação sempre foi o laço da minha forca, e ainda quero ir mais longe para saber onde isso vai parar. Sempre falei a ele tudo o que sentia e pensava, mas falar DELE é muito, muuuuuuuuuito mais complicado! Os poucos momentos que passamos juntos foram tão bons que tenho medo de falar e ele pensar que estou forçando a barra para um compromisso, que estou amando, que estou cobrando e encerrar por aqui algo legal que mal começou, mas que eu gostei pra caramba. E sei que não teve para a outra parte a importância que teve para mim, mas sinceramente isso não me faz a menor diferença nem muda nada do que eu vivi. Porque o que importa é o que eu senti. Os outros são os outros e até que se prove o contrário, cada um tem o direito de sentir e pensar o que quiser, sem que as influências externas estraguem tudo isso. Música-tema desta fase da minha vida que ainda está tão turbulenta:

Só por Hoje

Legião Urbana

Composição: Renato Russo
Só por hoje eu não quero mais chorar  
Só por hoje eu espero conseguir  
Aceitar o que passou o que virá  
Só por hoje vou me lembrar que sou feliz  
Hoje já sei que sou tudo que preciso ser  
Não preciso me desculpar e nem te convencer
O mundo é radical  
Não sei onde estou indo
Só sei que não estou perdido  
Aprendi a viver um dia de cada vez
Só por hoje eu não vou me machucar  
Só por hoje eu não quero me esquecer
Que há algumas pouco vinte quatro horas  
Quase joguei a minha vida inteira fora  
Não! Não! Não! Não!
Viver é uma dádiva fatal!  
No fim das contas ninguém sai vivo daqui 
 mas - Vamos com calma !  
Só por hoje eu não quero mais chorar  
Só por hoje eu não vou me destruir  
Posso até ficar triste se eu quiser  
É só por hoje, ao menos isso eu aprendi

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