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terça-feira, 20 de agosto de 2019

De sardinhas a fotografias

 
 
 
Voltei atrás na minha decisão há quase duas semanas.

Simplesmente não soube lidar com a dor. Percebi o quanto estava mentalmente doente, incapaz de lidar com qualquer decisão ou de processar qualquer informação. Recuei, me humilhei, e quis tentar mais uma vez, mas tenho visto que não há mais o que ser salvo.


A frase que se repetia na minha cabeça era "eu não tenho estrutura psicológica para lidar com isso agora".


Mas eu percebo que também não tenho estrutura psicológica pra continuar com isso por muito mais tempo.


Na minha última sessão, a Scatena me perguntou se eu já tinha conversado com ele sobre o meu estado. Eu disse que não e, sinceramente, não sei se pretendo ter essa conversa. Não porque eu não tenha vontade, mas pelo fato de que ele simplesmente não me ouve. Tudo pra ele é frescura ou insignificante, porque ele é egocêntrico demais para se importar com alguém além dele.


As pessoas são quem são, e ele é assim. Ponto. "People don't change!"


Hoje, fomos a um churrasco na casa de um primo dele, conhecer a casa nova. Algumas coisas já tinham me incomodado, mas besteiras, e eu continuava tentando disfarçar e ser simpática. Até a hora em que uma amiga dos donos da casa falou que não gostava de sardinhas e eu emendei que também não gostava. Ela começou a dizer que "alguém" ficou revoltada quando ela disse isso, perguntei de quem ela estava falando e ela disse "a mulher dele" (que hoje, na minha raiva, só me vem na cabeça como "defunta"),.


Até aí, nada de mais se tivesse parado por ali - e da parte dela, parou. Da parte dele, parou de falar com os homens e pegou o celular e começou a mostrar uma, duas, três fotos da defunta. Na minha frente, na frente de todos, essa humilhação mais uma vez. Mais uma vez, essa falta de respeito. E ali, naquele instante, acabou a minha vontade de ser simpática e comecei a deixar bem nítido que eu não tinha gostado. Grudei no celular, que foi a forma de eu me isolar daquele ambiente. Quando me perguntaram o que eu tinha, disse que era sono. Na verdade, eu queria ir embora dali.


Na primeira sessão depois que voltamos, a Scatena me disse pra evitar grandes decisões, grandes eventos, tentar viver da forma mais serena possível. Sinceramente, não sei até quando vou conseguir aguentar. Por mais que eu soubesse onde estava entrando, já se passaram quase dois anos e esse triângulo amoroso doentio não acaba.


Antes, a desculpa dele para andar com a CNH (e nunca falou da foto) da defunta era a credencial da balsa - que já venceu há dois meses e tudo continua lá. Ele tirou o porta-retratos do criado-mudo, mas fez quase um altar para ela dentro do guarda-roupa.


É isso daí que ele tem pra me oferecer. Não vai além. Nunca vai ser uma vida a dois, vai ser sempre uma vida de dois, cada um na sua existência e incluindo o outro até a página 2.


Não tenho coragem de deixar essa página virar e sei que é uma questão de tempo, e sei que me falta coragem para essa decisão porque ainda dependo dos remédios pra sair dessa crise. Em algum lugar lá no fundo, a antiga Larissa ainda grita pra mim, tentando nos proteger de tantas decisões que nos têm feito muito mal.


Eu esperava que algumas coisas mudassem, mas isso não vai acontecer. Antes, eu não me via sem ele. Hoje, já sei que é inevitável. Todas as perguntas que eu me fiz naquelas duas semanas de trevas voltaram hoje com toda a força. E eu sei todas as respostas para as coisas que já vi. Fico me perguntando até que ponto isso é uma total perda de tempo, me bloqueando pra conhecer alguém que realmente valha a pena.


Estou tentando deixar o barco correr, mas tá cada dia mais difícil.

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Apenas um trecho de uma matéria que gostei

Se algum tipo de relacionamento está causando tanta ansiedade, vale a pena? Eu aprendi que não e por mais doloroso que seja, você tem que deixar alguns desses relacionamentos.

A ansiedade é mais do que os cenários inventados. É uma preocupação constante, constante estresse sobre tudo – relacionamentos, saúde, dinheiro, sociedade, o clima, o aquecimento global, a terrível temporada dos Phillies. O estresse acaba.

Você completa a tarefa que te preocupou, e poof! Foi-se. A tarefa está concluída, mas e o que vem depois? A ansiedade ainda está lá. Você encontra algo novo, uma nova situação que faz com que você ainda esteja preocupado. É exaustivo.