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quinta-feira, 16 de julho de 2009

Quem foi que abriu esta trilha por onde passo???

Sinceramente, eu não sei dizer o porquê de tanto desalinho dentro de mim há tanto tempo ainda não ter se ajustado. Muitas coisas aconteceram desde minha última postagem. Muitos erros que nem eu sei bem o porque quis, porque aceitei, sabendo (não muito lá no fundo) que não havia mais a chance de um final feliz. Acredito que a melhor resposta veio da minha terapeuta (motivos óbvios): eu tive medo de sentir a perda. O medo de sentir medo é pior do que o próprio medo! A gente sofre pelo que imagina, pelo que gostaria que voltasse a ser (se é que algum dia realmente foi), pelo que gostaria de apagar, e se tortura querendo reescrever algo que não se pode corrigir. A vida não é um livro onde eu escrevo o que quero e apago quando não gosto. Ela me permite erros, mas eles não podem ser apagados, apenas adaptados ao contexto da nossa história. Enfim. Neste meu "medo de sentir medo", acabei me escondendo um pouco das verdades todas que eu já havia constatado, mas que meu coração se negava a aceitar e por isso eu sofria. Até neste sofrimento teve algo bom: emagreci razoavelmente, as pessoas notam, e isso também contribuiu com a minha autoestima. Digamos que eu dei ao meu coração uma trégua para cicatrizar feridas. Feridas que, até o último post, eu já considerava mais do que fechadas. Legal. Vamos conversar. E vamos badalar! Aliás, depois do recomeço (estou começando a escolher melhor minhas palavras, porque nem a morte é fim...), foram as duas coisas que busquei o quanto antes: estreitar (ou me reaproximar dos meus) laços de amizade e ir pra balada. Eu sempre gostei muito de sair, mas com os sucessivos namoros, fui deixando a mim mesma de lado e me condicionando a abrir mão disso achando que era o melhor para mim. Não que nunca tenha valido a pena. Também gostei de fazer fondue em casa no inverno, assistir a um filme, passear de mãos dadas na praia, dormir de conchinha. Mas em tempos de inverno e recomeço, o melhor é romper com os velhos hábitos. E ficar em casa era o meu, então é onde não tenho ficado o máximo quanto posso. E nestas baladas, incrivelmente poucos caras conheci. Afastei quase todos, não me sentia ainda pronta para me arriscar novamente. E o único que me dispus a ficar, não rolou aquela química "pans". Aliás, acho que tô ficando velha pra beijar na balada... Nunca achei que 25 anos algum dia me pesariam. Tô começando a me achar velha pra tudo. Será que, como eu sempre me senti mais velha, eu já cheguei na crise dos 40 e não me avisaram? Legal. A vida anda, vamos beber, vamos dançar. Dançar mesmo, como eu nunca fiz. Ignorando meu "desengonço" e curtindo a simples sensação de deixar o corpo livre. Afinal, eu vivo bradando aos quatro ventos que ninguém paga as minhas contas, então por que raios eu deveria me incomodar com estas pessoas? E nesta caminhada de balada, fiz muitos amigos que me encantaram com seus jeitos tão diferentes do meu... AmigAs principalmente, algo que nunca tive muitas por conta do meu jeito "masculinizado" de me relacionar. Muitos ombros me ampararam, muitos abraços carinhosos, verdadeiros, cheios de energia revitalizante com os corações batendo no mesmo ritmo. E descobri-me, pela primeira vez, assumidamente... Uma CARENTE. Pois é, que ironia, né? Logo eu, a rainha dos "eu não me importo", descobri que sinto uma necessidade enorme de carinhos, de gestos de afeição, de pessoas que me façam rir de besteiras e me abracem quando eu perder o fôlego ao gargalhar. E nesta caminhada, quando eu achei que seria o meu break para descobrir novamente quem é a Larissa, tive ao lado de alguém uma sensação indescritível. Algo que eu não imaginava que um dia pudesse ser real, já que quando mais me aproximei das mesmas sensações, tudo era uma enorme mentira. E estava muito perfeito para ser real. O primeiro tropeço: um dos que me emprestaram seus ouvidos e seus ombros nesta minha jornada. Entrei em conflito, eu nunca havia misturado as coisas, ainda que fosse só uma coisa de pele... E de repente, aqueles olhos transpareciam coisas que eu jamais imaginei ver naquela pessoa. Não serei hipócrita em dizer que me arrependo. Foi MUITO bom. Talvez tenham sido as melhores horas da minha vida (ô! kkkkkk)! Mas o meu conflito é sentir a falta da amizade e a saudade da carne... Talvez não só da carne (e esta é a parte que mais me tortura e com a qual estou brigando). Os gestos de carinho que sempre existiram se multiplicaram várias vezes. E, por não nos falarmos, começo a me questionar se não teria sido melhor ter mantido a amizade que tanto valorizava em toda a sua pureza. Não sei como lidar com a pessoa, não consigo agir como se nada tivesse acontecido porque quero que aconteça de novo. Mas também sei que vou quebrar a cara. E daí volta outro tipo de "medo de sentir medo": o medo do desconhecido. Este, que eu sempre enfrentei e que hoje evito. Acho que perdi muito da Larissa audaciosa que um dia eu fui. Além de tudo de ótimo que aconteceu, indiretamente o amigo me ajudou com algo que eu já estava lutando há meses: consegui, definitivamente, virar a página do relacionamento que se foi. Consegui finalmente enxergar que existe, sim, algo muito melhor lá fora! Seja com quem for. Mas o relacionamento que eu tinha há cinco anos não existia já há muito tempo, e eu não podia ver. E quando via, tinha o tal "medo do desconhecido". E agora que vi, por que me ancorar??? A você, que hoje é a pessoa central de tudo que escrevo (mas que provavelmente não lerá nada disso): não sei o que vai acontecer, e não quero pensar nisso. Quero aproveitar os momentos que pudermos, se for bom para os dois. Se não for bom, fingimos que nada aconteceu e voltamos ao que era, sem estresse. De qualquer forma, te agradeço IMENSAMENTE por ter passado pela minha vida. Graças a você, hoje estou sorrindo. Hoje sinto que tenho forças para o tão temido recomeço que, no fundo, eu relutava em enfrentar. Há anos não sabia o que era carinho sincero, e este carinho ficou marcado com um simples gesto, repetido constantemente, de mãos dadas num carro em movimento. Senti uma ternura que já havia me esquecido como era. Obrigada. Com toda a sinceridade que me é peculiar!

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