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domingo, 24 de fevereiro de 2019

Não adianta...

Não adianta querer fazer birra, apagar meus telefones e depois voltar atrás.

Nem vir até a casa da minha mãe, e até a minha, pra saber onde eu estou.

Não, eu não recebi suas mensagens, embora as tenha lido pelas suas lentes.

Segue pela sombra das escolhas que você fez. Retome o caminho leviano e canalha que sempre te pertenceu. Não adianta dormir de luz acesa pra matar a saudade - a Luz que ficava ao seu lado, agora não está mais aí.

Os meus hábitos são meus, e não vão ocupar o espaço que eu deixei pra trás. Os meus valores são muito consolidados e lutar contra eles fez com que eu me perdesse de mim, aceitasse coisas inadmissíveis que até hoje não sei em qual vala de humilhação eu caí pela primeira vez.

Os canais foram todos bloqueados. Não devia, mas ainda não consigo não saber de você. Mas não quero ouvir sua voz nem suas falsas promessas de novo - eu não sou, nem pretendo ser uma Amélia submissa e frustrada, financeiramente dependente, subjugada, exposta como um troféu com uma placa "a corna da turma".

Não. Não preciso disso. Prefiro ser "a louca", a "hacker", ou o adjetivo que me quiserem dar. Estas pessoas nunca fizeram parte da minha vida, e sim da sua - conte a versão que quiser, não me importa.

Estou eliminando um atraso da minha vida. Alguém que ocupa um espaço que não merece ser seu. Alguém que me fez trocar a cama de solteiro pela de casal, mas "casal" é exatamente o que nunca fomos de fato.

Casal, pra mim, é diferente. É buscar apoio um no outro em qualquer situação. É dividir cumplicidade, medos, pedir e dar conselhos. É se aproximar dos amigos uns dos outros, é saber ceder e se desculpar. Mas principalmente, e acima de tudo, é manter o respeito. E isso entre nós há muito tempo se perdeu. Hoje, só nos resta a pele, mas a tua pele pertence a vários lençóis além do meu, e eu não estou disposta a aceitar isso.

Porque eu tive o exemplo de um casal de verdade, que não se amou só pela fachada. E com o meu pai sempre aprendi como uma mulher deve ser tratada - e o que ele me ensinava, praticava com a minha mãe.

Eu agi como uma das partes de um casal e você, como o moleque que foi a vida inteira.

Pode apagar a luz. Esqueça onde eu moro e meus telefones. Não fale mais meu nome nem de minha família. Faça de conta que nada disso nunca existiu. Meu último desejo é de que você me ajude a esquecer sua voz, seu cheiro e me deixe manter vivas as lembranças dos fatos que me trouxeram até aqui.

sábado, 23 de fevereiro de 2019

Esquecer um amor

Uma das coisas mais dolorosas que encaramos na vida, e infelizmente para a grande maioria das pessoas isso acontece muitas vezes, é esquecer um amor.

Esquecer um amor é admitir o fracasso, é reconhecer que a pessoa que você achou que amava só existiu na sua cabeça, é perceber que talvez justamente por ser tão raro é que um verdadeiro amor correspondido seja tão mágico. É desfazer de planos que você imaginou a dois e de repente perceber que não existe mais nada daquilo, e que tudo precisa ser reformulado sob muitas lágrimas e sentimentos ruins - raiva de si por ter sido tão inocente, raiva do outro por ter feito tantas promessas, saudade em conflito com o amor-próprio... DOR!

Esquecer um amor se torna ainda mais difícil quando máscaras caem - é mais fácil aceitar quando as coisas simplesmente se desgastam e ainda é possível restar algo de bom: consideração, amizade, respeito.

É muito difícil tomar a decisão consciente de esquecer um amor. Queremos o corpo, a voz, e ignoramos os sinais tão claros e tão óbvios: falta de respeito, agressões verbais de todo tipo, distanciamento, falta de companheirismo, falta de admiração, a necessidade constante de diminuir o outro. E quanto mais você tenta trazer a pessoa de volta pra perto (no sentido emocional), mais ela se afasta e te escapa pelos dedos. Parece que quanto mais você se esforça para as coisas darem certo, mais elas se complicam, se emaranham, você se sente sufocado e sozinho ao mesmo tempo. Quando você tenta conversar abertamente, a pessoa se esquiva com escárnio, deboche, e você, doente de uma paixão amedrontada, recua e se anula.

É muito difícil quando temos a consciência clara e plena de que precisamos esquecer um amor. Enquanto você pensa no outro como seu complemento e descobre que, do outro lado, você é uma "roubada". Quando você está planejando um futuro a dois e do outro lado é exatamente o que se quer evitar. Quando você percebe que é só uma fachada, um passatempo enquanto se espera por alguém especial que "uma hora aparece" - e você, tolo ou tola como eu, achava que era uma pessoa especial pra outra parte.

Mas por mais que doa, o lado bom é que sempre passa. Independente da profundidade da dor, de quanto tempo essa ferida foi remexida, mas a abstinência devolve a paz, a clareza, a esperança. O tempo reconstrói os planos, cicatriza as feridas da alma, devolve o sorriso pro nosso rosto aos poucos e toda a dor se transforma em aprendizado e um dia, simplesmente deixa de ser dor pulsante e passa a ser lembrança em preto e branco.

Mas hoje, 12 horas depois de ouvir tanta coisa e ter todo o quebra-cabeças montado, 12 horas depois de ter juntado todas as peças e e de ter tomado a decisão consciente de colocar um ponto final nisso tudo simplesmente por ter chegado ao limite das chagas e da humilhação, eu sou somente dor, raiva, dúvida e desânimo. Terei um sombrio caminho a trilhar até voltar para a Luz - esse é meu nome, e é o que eu sempre volto a ser!