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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Chegou a hora de refletir e agir

É incrível como o universo coloca pessoas no nosso caminho sempre por alguma razão, e o quanto elas podem se tornar importantes na sua vida em uma fração de segundo.

Ontem saí com o Yuri. Não atende a nenhum dos itens do tal checklist, mas sempre foi um amor comigo, há anos que tentava sair comigo de novo e eu sempre deixando de lado, praticamente ignorando, fugindo, enfim... Como eu já disse, não tenho mais idade, nem tempo, nem saco de ficar me enfiando em relações furadas... Mas bateu a solidão, um tempo chuvoso e uma temporada sem baladas e eu acabei cedendo.


Nunca foi uma pessoa que me fizesse perder o fôlego, sequer um lampejo de paixão. Sei lá, o fato de saber que ele é mais novo e também que ele vive numa fase de vida muito diferente da minha já tinham criado um abismo (pelo menos da minha parte).

Bom, o fato é que estávamos juntos, estava legal, e novamente eu caguei tudo. Por que o "novamente"? Motivo da "briga": minha grosseria. Meu ponto de vista: uma brincadeira. Ponto de vista dele: falta de respeito. O "novamente" é porque o François cansava de reclamar disso e eu nunca dei importância, achava que era mais joguinho dele do que eu estivesse o magoando de fato. E quando o Yuri disse aquilo, na mesma hora eu vi e ouvi o François quando dizia a mesma coisa infinitas vezes.

E então bateu uma crise de consciência comigo mesma. Por que eu magoei uma pessoa que nunca me fez mal? Por que eu tive a infeliz idéia de querer brincar pra pedir uma coisa que eu poderia ter dito sem nenhuma outra entonação? Por que eu estraguei um momento tão legal quando resolvi abrir a boca? 

E foi aqui que o Yuri se tornou uma pessoa importantíssima na minha vida: por me chamar a atenção para mim mesma, para o meu comportamento grosseiro e insensível e no porquê da distância que eu tenho mantido das pessoas ao meu redor.

E eu voltei a me perguntar se de fato eu estou preparada para um novo relacionamento. Não mais pela privação da liberdade, pelo ciúme que eu sempre tive, pela necessidade de ter controle sobre tudo e todos ou pelo medo de quebrar a cara de novo; me perguntei, sim, se eu posso ser agradável o suficiente para que uma pessoa queira estar ao meu lado.

Desde que meu namoro com o François acabou, eu me voltei para o meu amor-próprio, e junto com ele levantei questões sobre insegurança, tolerância, concessões e vontades. Mas até agora ainda não tinha tentado encarar o fato de que eu também cometo erros, e de que eles podem ser tão graves quanto os outros que eu detesto.

Senti medo. Faz tempo que eu não sentia medo de verdade. Não aquele que eu tenho de baratas ou de assalto, mas medo de solidão (é... aquele mesmo da ferida mortal de quando eu fiz o Vencer). Medo de ficar sem amigos (já que muitos se afastaram, outros eu afastei por decepção e no fim nem um terço dos que me rodeavam ano passado continuam ao meu lado), medo de ser uma pessoa áspera e ácida de uma forma que eu seja um repelente de carinho. Porque agora, como tenho agido, é exatamente o que eu tenho sido: um repelente de carinho.

Percebi agora a urgência que eu tenho em adoçar os meus atos, controlar a minha língua. Como diz o meu pai, "ligar o cérebro antes de abrir a boca". Porque as palavras têm um poder avassalador (já tive "N" provas disso, há poucos dias mesmo postei justamente sobre coisas que disse em hora e da forma errada e das quais me arrependo profundamente) e eu falo pelos cotovelos, mas só depois analiso o quanto elas são capazes de arrasar uma pessoa boa e mudar definitivamente a forma como elas me viam em uma única frase.

Não sei se o Yuri algum dia vai falar comigo novamente, e inexplicavelmente agora isso me machuca. Saber que feri uma pessoa inocente é uma ferida aberta em mim pior do que uma ofensa grave. Sinto-me culpada e me pergunto quão mal eu fiz a ele ontem, quando tudo o que os dois queriam era estarem bem. Agradeço ao Universo por tê-lo colocado em minha vida novamente - talvez fosse a única forma de me mostrar a lição que preciso me empenhar em aprender agora.

Peço desculpas do fundo do coração pelo que fiz, e também agradeço a oportunidade que ele me proporcionou de abrir os olhos e enxergar que tanto posso ser vítima quanto carrasca, e não sou apenas uma pessoa "sem sorte" vagando por aí - muita coisa é colheita do que eu mesma plantei, preciso agora parar de enterrar essas sementes nos solos da vida.

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