Pesquisar este blog

sábado, 23 de fevereiro de 2019

Esquecer um amor

Uma das coisas mais dolorosas que encaramos na vida, e infelizmente para a grande maioria das pessoas isso acontece muitas vezes, é esquecer um amor.

Esquecer um amor é admitir o fracasso, é reconhecer que a pessoa que você achou que amava só existiu na sua cabeça, é perceber que talvez justamente por ser tão raro é que um verdadeiro amor correspondido seja tão mágico. É desfazer de planos que você imaginou a dois e de repente perceber que não existe mais nada daquilo, e que tudo precisa ser reformulado sob muitas lágrimas e sentimentos ruins - raiva de si por ter sido tão inocente, raiva do outro por ter feito tantas promessas, saudade em conflito com o amor-próprio... DOR!

Esquecer um amor se torna ainda mais difícil quando máscaras caem - é mais fácil aceitar quando as coisas simplesmente se desgastam e ainda é possível restar algo de bom: consideração, amizade, respeito.

É muito difícil tomar a decisão consciente de esquecer um amor. Queremos o corpo, a voz, e ignoramos os sinais tão claros e tão óbvios: falta de respeito, agressões verbais de todo tipo, distanciamento, falta de companheirismo, falta de admiração, a necessidade constante de diminuir o outro. E quanto mais você tenta trazer a pessoa de volta pra perto (no sentido emocional), mais ela se afasta e te escapa pelos dedos. Parece que quanto mais você se esforça para as coisas darem certo, mais elas se complicam, se emaranham, você se sente sufocado e sozinho ao mesmo tempo. Quando você tenta conversar abertamente, a pessoa se esquiva com escárnio, deboche, e você, doente de uma paixão amedrontada, recua e se anula.

É muito difícil quando temos a consciência clara e plena de que precisamos esquecer um amor. Enquanto você pensa no outro como seu complemento e descobre que, do outro lado, você é uma "roubada". Quando você está planejando um futuro a dois e do outro lado é exatamente o que se quer evitar. Quando você percebe que é só uma fachada, um passatempo enquanto se espera por alguém especial que "uma hora aparece" - e você, tolo ou tola como eu, achava que era uma pessoa especial pra outra parte.

Mas por mais que doa, o lado bom é que sempre passa. Independente da profundidade da dor, de quanto tempo essa ferida foi remexida, mas a abstinência devolve a paz, a clareza, a esperança. O tempo reconstrói os planos, cicatriza as feridas da alma, devolve o sorriso pro nosso rosto aos poucos e toda a dor se transforma em aprendizado e um dia, simplesmente deixa de ser dor pulsante e passa a ser lembrança em preto e branco.

Mas hoje, 12 horas depois de ouvir tanta coisa e ter todo o quebra-cabeças montado, 12 horas depois de ter juntado todas as peças e e de ter tomado a decisão consciente de colocar um ponto final nisso tudo simplesmente por ter chegado ao limite das chagas e da humilhação, eu sou somente dor, raiva, dúvida e desânimo. Terei um sombrio caminho a trilhar até voltar para a Luz - esse é meu nome, e é o que eu sempre volto a ser!

Nenhum comentário:

Postar um comentário