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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Momento Santista - MODE ON

Prezados,

Apesar de o Santos já ter jogado na rodada seguinte pelo Campeonato Brasileiro (perdendo inacreditavelmente para o zumbi Vasco), eu só li hoje o post do meu querido Tiago Buckowsky que eu também sigo no Twitter e acompanho tudo que ele publica. Gosto do estilo dele de escrever, sempre sensato e muito bem redigido.

E hoje, quando li a descrição dele sobre o jogo contra o Cruzeiro, o orgulho de ser santista me aqueceu o coração e até me esqueci do último fiasco desempenho do Peixe.

Queria compartilhar o artigo com vocês. Para quem quiser segui-lo, @tiagobuckowsky e os blogs santasticoblog.wordpress.com e canelada.com.br


Atenção Ouvintes...

Não vi a partida de hoje contra o Cruzeiro. Tive de levar minha filha à festa de aniversário da amiguinha Mirela. Chegamos à festa às 18h30min, o mesmo horário em que os times entraram em campo, na Arena Barueri.

Sara, a mãe de Mirela, é minha amiga desde os tempos de criança. Não havia como faltar à festinha. Enquanto as crianças brincavam e berravam, correndo feito umas loucas, procurei um cantinho isolado do quintal. Grudei numa lata de cerveja, acendi um cigarro e liguei o rádio de pilha, afinal, jogo do Peixe é um momento sagrado. Posso não assistir à partida, mas faço questão de saber, em tempo real, a quantas anda meu time no gramado.

As mulheres juntaram-se em um canto e os homens vieram ouvir o jogo ao meu lado. A grande maioria era de corintianos, que torceram por uma vitória do Peixe devido à situação do Cruzeiro na tabela. Eu era o único Santista. Um são-paulino pediu para sintonizar o rádio no jogo que acontecia naquele mesmo horário, no Morumbi.

- Traga seu próprio rádio – foi a resposta que ouviu.

Desde os meus tempos de criança que gosto de acompanhar os jogos não televisionados pelo rádio. Tenho lembranças maravilhosas de Seu Antônio, que além de ser meu avô é são-paulino doente, deitado no sofá com o radinho de pilha no ouvido, acompanhando as transmissões esportivas. Passei muitas tardes de domingo ao seu lado, ouvindo a narração rápida e os comentários sobre as partidas. Ouvir rádio foi um hábito que permaneceu na minha vida adulta.

Fazia muito tempo que não ouvia um jogo pelo rádio. Com a internet é possível assistir aos jogos que apenas são televisionados pra quem pode pagar o PFC. Como há certa diferença no tempo de transmissão (delay), não é possível acompanhar a partida na internet e ouvir a narração do rádio ao mesmo tempo.

O bom do rádio é que a sensação de emoção e tensão é muito maior. Talvez pelo fato de não virmos àquilo que é narrado. O sofrimento, quando seu time é atacado, parece multiplicado.

Tenho preferência por dois narradores de rádio aqui em São Paulo. O melhor deles é o Santista Deva Pascovicci, que sabe dosar a modulação de sua voz conforme as emoções que acontecem em campo. Não é a toa que ele é conhecido como “o Pavarotti” do rádio brasileiro.

O narrador de Santos X Cruzeiro foi um jovem mineiro chamado Marcelo Gomes, também conhecido como “fenômeno” do rádio esportivo. Incrível como é possível imaginar as jogadas narradas por Marcelo com uma proximidade tão grande da realidade. O golaço de Alex Sandro foi narrado com tanta perfeição que, ao ver os melhores momentos, tive a impressão de já ter visto o gol.

Durante o primeiro tempo sem gols, cada defesa de Rafael ou de Fábio mostrava ao ouvinte que os dois times entraram em campo com a proposta de ir pra cima do adversário, sem se preocupar muito com o sistema defensivo. Chances de gols não faltaram às duas equipes.

A segunda etapa foi diferente. O Santos voltou mais incisivo, com maior posse de bola e o Cruzeiro parecia perdido em campo. Tanto é que o Peixe abriu o placar logo aos 9 minutos, com Marcel aproveitando o rebote do goleiro, que defendeu um chute cruzado de Zé Eduardo.

O mesmo Zé Eduardo que levou dois amarelos e, conseqüentemente, um vermelho, pela mãozada infantil que deu no rosto do adversário. Com um jogador a menos, as coisas pareciam ir pro caminho mais fundo do brejo.


Acontece que aqui é Santos, meus caros. O time estava em uma noite infernal. Mesmo com desvantagem numérica, a equipe alvinegra construiu uma goleada digna de aplausos, sob comando do genial e atrevido Neymar, que participou de todos os gols – foi dele a jogada do primeiro gol e foi ele quem cobrou a falta para o cabeceio de Edu Dracena ao marcar o segundo. No terceiro, segurou a bola e passou de calcanhar, no momento exato, para Alex Sandro dar uma arrancada, aplicar uma meia lua no zagueiro e encobrir o bom goleiro Fábio. O quarto foi gol de gênio. Caçapa, marcador encaçapado do Cruzeiro, terá pesadelos com Neymar durante muitos anos.

Uma bela vitória diante de um concorrente direto pelo título. O sonho da tríplice coroa ainda é presente e, apesar da distância do líder, possível. Que venha o Vasco.

Crise, na Vila Belmiro, a gente espanta com muitos gols.


PRA CIMA DELES, SANTOS !!!

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