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domingo, 24 de novembro de 2019

Porque não voltar

É engraçado como relacionamentos doentios são tão tóxicos e viciantes quanto as drogas. Por mais que a lógica saiba tudo o que te faz mal e porque você deve se livrar disso, parece que as áreas que controlam a razão e a vontade vivem em constante batalha, e esta luta está empatada.

Quando a verdade se mostra e você toma uma decisão, existem questionamentos que remoem nossas emoções e as longas horas do dia: por que comigo? Por que entrou na minha vida? Eu fui importante em algum momento, ou fui só um troféu pra preencher algumas horas vazias? Alguma parte dessa história toda foi verdadeira um dia?

Fora outras coisas que você percebe em relação ao outro - no meu caso, um sociopata egoísta, vaidoso e canalha, que não só tem seus valores morais distorcidos e pensa que seus atos são corretos e naturalmente aceitáveis, como é moleque a ponto de sempre se vangloriar das suas conquistas. Uma pessoa que não precisa de nenhuma razão ou critério para trair: não precisa beleza, não importa a idade, o estado civil ou qualquer outra coisa. É simplesmente mais um buraco onde marcar sua presença. Mais ainda: a deslavada covardia de sequer admitir o que faz, quando é surpreendido inquestionavelmente. É seu modus operandi de sair como inocente e inverter os pedidos de desculpa. É descobrir que se ama alguém que nunca existiu. 

Infelizmente, se eu negar que meu choro diminuiu quando vi que de alguma forma, por um breve minuto, está pensando em mim e procurando saber a meu respeito, estarei mentindo. Sentir que de alguma forma eu fiz falta dá uma certa ponta de conforto. Mas olhando de fora, não consigo encontrar RAZÕES para voltar, embora minha vontade fosse estar junto, mas sabendo também que isso me custaria a paz.

Muitas pessoas me chamaram de corajosa. Na verdade, quando pedi para enxergar o que eu precisava ver e que, como resposta, me foi mostrado, foi só a confirmação de que eu precisava para tomar uma atitude (que inclusive já deveria ter sido tomada muito lá atrás). E doeu. A angústia do que iria ocorrer me torturou muito mais do que a confirmação - quando a gente já sabe, a confissão é mera formalidade. A tristeza e a dor que me acometeram entre aquela madrugada de segunda e a manhã de quarta-feira sugaram todos os sorrisos que eu ainda poderia ter naqueles dias. A falta de respeito à qualquer história, qualquer sentimento, somados a tudo que já não vinha bem e, principalmente, associados a um sentimento com o qual eu sempre tive dificuldade de lidar ao longo da vida: me sentir burra.

Tantas coisas pioraram nos últimos meses que nem sei por onde começar. Muitas que eu cansei de repetir e tentar consertar - em vão, porque para ele pouco importava o que eu dizia. O sexo já havia esfriado há muito tempo, mas não para mim. A falta de beijos, de carinho, de uma mão nos ombros ao chegar nos lugares até o extremo de, dias antes do fato, me perceber sempre andando atrás dele nas calçadas. Eu me via a esposa no sentido mais deprimente de um casamento: uma relação baseada num simples rótulo de casal, cujo tratamento era pior do que de amizade. Eu era só a fachada, o status, uma companhia pra jogar baralho e resolver problemas. Eu queria e precisava de muito mais - eu já tinha tido muito mais, até dele próprio. 

Me doeu demais a parte de dinheiro, sim. Não pela grana em si, mas por perceber que muitas vezes eu paguei comida, mercado, contas de onde íamos pra tentar ajudar, enquanto por trás ele guardava o dinheiro pra ir a puteiros e motéis.

E aí, diante de toda essa massaroca de sentimentos e constatações, eu procuro me agarrar em todas as coisas ruins que, há muito tempo, já faziam com que eu me perguntasse várias vezes por dia por que eu continuava ali, me machucando e sofrendo, se não estava feliz. E eu sabia a resposta, mas queria que um dia meu amor-próprio tivesse coragem de falar mais alto.

Já não tinha mais beijo, abraço, carinho. 48h grudados e sequer um beijo de boa noite. Uma bebida a mais e discursos machistas em público, nas clássicas frases "merda por merda, fica com a que você já conhece o cheiro" e "não tem que trocar, quer comer alguém, vai no puteiro, paga e depois volta pra casa". Contando suas "façanhas" nas minhas costas. Nos últimos tempos, grosso. Me ofendendo. Criticando minha rotina, meus problemas, a música que eu gosto, a estampa das roupas e as saias que nunca uso. É ver que a pessoa que chegava a passar dez dias seguidos dormindo com você, passou a ir só depois de muita insistência e saindo cedo porque "tinha muitas coisas pra fazer em casa" - e agora, emergem questionamentos sobre estas tantas coisas que já se viu que eram códigos de encontros. É perceber que se está desperdiçando tempo em uma relação onde os dois têm expectativas completamente diferentes - enquanto um pensa em casar e compartilhar um "pro resto da vida", o outro foge exatamente disso e só quer um estepe, alguém pra chamar de oficial. 

Mas principalmente, o DESESPERO. O medo assombroso e constante da traição porque, não muito no fundo, eu sempre soube que se não havia acontecido, aconteceria. Tentativas inúteis de manter o controle, de saber onde está e com quem. É viajar e não sair pra balada com medo de magoar o outro, enquanto o outro comemora sua viagem para fazer suas façanhas sem medo. É mentir onde se está com medo de que o outro se valha da sua indisponibilidade para te desrespeitar mais uma vez - como se só o fato de pensar nisso já não fosse uma completa falta de respeito. É enlouquecer com celular desligado, celular esquecido, ligações não-atendidas e desculpas esfarrapadas. É não querer que encontre amigos, que vá a churrascos, porque sabe que vai ser uma completa ofensa à sua pessoa, acompanhada de gargalhadas bravateadoras - e ter sempre a sensação de que o grupo de canalhas se inflama e, juntos, dão corpo às suas histórias. É ver que os contatinhos nunca são excluídos - no máximo, estão em latência no fundo de uma gaveta rasa e sem chave. É ser manipulada sobre coisas tão óbvias, ter seus próprios problemas usados como armas contra si mesma e o pior: acreditar nisso. É ouvir as mentiras ditas aos outros sobre você e não ter sequer como contar a sua versão porque o seu pecado, embora plausível, não é bonito.

Desta vez, estou tentando agir diferente. Obrigo-me a levantar da cama e seguir com a minha rotina, por mais que em alguns momentos seja muito difícil. É sair com amigos, ir ao cinema sozinha, ir ao cinema com amiga. É ir pra praia tomar umas caipirinhas e dormir num leve porre. É sair pra caminhar de óculos escuros pra chorar. É sentir saudade mas ao mesmo tempo, sentir que hoje sua tristeza ainda é grande, mas que seu coração está em paz.

terça-feira, 20 de agosto de 2019

De sardinhas a fotografias

 
 
 
Voltei atrás na minha decisão há quase duas semanas.

Simplesmente não soube lidar com a dor. Percebi o quanto estava mentalmente doente, incapaz de lidar com qualquer decisão ou de processar qualquer informação. Recuei, me humilhei, e quis tentar mais uma vez, mas tenho visto que não há mais o que ser salvo.


A frase que se repetia na minha cabeça era "eu não tenho estrutura psicológica para lidar com isso agora".


Mas eu percebo que também não tenho estrutura psicológica pra continuar com isso por muito mais tempo.


Na minha última sessão, a Scatena me perguntou se eu já tinha conversado com ele sobre o meu estado. Eu disse que não e, sinceramente, não sei se pretendo ter essa conversa. Não porque eu não tenha vontade, mas pelo fato de que ele simplesmente não me ouve. Tudo pra ele é frescura ou insignificante, porque ele é egocêntrico demais para se importar com alguém além dele.


As pessoas são quem são, e ele é assim. Ponto. "People don't change!"


Hoje, fomos a um churrasco na casa de um primo dele, conhecer a casa nova. Algumas coisas já tinham me incomodado, mas besteiras, e eu continuava tentando disfarçar e ser simpática. Até a hora em que uma amiga dos donos da casa falou que não gostava de sardinhas e eu emendei que também não gostava. Ela começou a dizer que "alguém" ficou revoltada quando ela disse isso, perguntei de quem ela estava falando e ela disse "a mulher dele" (que hoje, na minha raiva, só me vem na cabeça como "defunta"),.


Até aí, nada de mais se tivesse parado por ali - e da parte dela, parou. Da parte dele, parou de falar com os homens e pegou o celular e começou a mostrar uma, duas, três fotos da defunta. Na minha frente, na frente de todos, essa humilhação mais uma vez. Mais uma vez, essa falta de respeito. E ali, naquele instante, acabou a minha vontade de ser simpática e comecei a deixar bem nítido que eu não tinha gostado. Grudei no celular, que foi a forma de eu me isolar daquele ambiente. Quando me perguntaram o que eu tinha, disse que era sono. Na verdade, eu queria ir embora dali.


Na primeira sessão depois que voltamos, a Scatena me disse pra evitar grandes decisões, grandes eventos, tentar viver da forma mais serena possível. Sinceramente, não sei até quando vou conseguir aguentar. Por mais que eu soubesse onde estava entrando, já se passaram quase dois anos e esse triângulo amoroso doentio não acaba.


Antes, a desculpa dele para andar com a CNH (e nunca falou da foto) da defunta era a credencial da balsa - que já venceu há dois meses e tudo continua lá. Ele tirou o porta-retratos do criado-mudo, mas fez quase um altar para ela dentro do guarda-roupa.


É isso daí que ele tem pra me oferecer. Não vai além. Nunca vai ser uma vida a dois, vai ser sempre uma vida de dois, cada um na sua existência e incluindo o outro até a página 2.


Não tenho coragem de deixar essa página virar e sei que é uma questão de tempo, e sei que me falta coragem para essa decisão porque ainda dependo dos remédios pra sair dessa crise. Em algum lugar lá no fundo, a antiga Larissa ainda grita pra mim, tentando nos proteger de tantas decisões que nos têm feito muito mal.


Eu esperava que algumas coisas mudassem, mas isso não vai acontecer. Antes, eu não me via sem ele. Hoje, já sei que é inevitável. Todas as perguntas que eu me fiz naquelas duas semanas de trevas voltaram hoje com toda a força. E eu sei todas as respostas para as coisas que já vi. Fico me perguntando até que ponto isso é uma total perda de tempo, me bloqueando pra conhecer alguém que realmente valha a pena.


Estou tentando deixar o barco correr, mas tá cada dia mais difícil.

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Apenas um trecho de uma matéria que gostei

Se algum tipo de relacionamento está causando tanta ansiedade, vale a pena? Eu aprendi que não e por mais doloroso que seja, você tem que deixar alguns desses relacionamentos.

A ansiedade é mais do que os cenários inventados. É uma preocupação constante, constante estresse sobre tudo – relacionamentos, saúde, dinheiro, sociedade, o clima, o aquecimento global, a terrível temporada dos Phillies. O estresse acaba.

Você completa a tarefa que te preocupou, e poof! Foi-se. A tarefa está concluída, mas e o que vem depois? A ansiedade ainda está lá. Você encontra algo novo, uma nova situação que faz com que você ainda esteja preocupado. É exaustivo.



sábado, 27 de julho de 2019

Fim!

Você entrou na minha vida em meu pior momento de fragilidade, totalmente entorpecida pela dor.

E se mostrou algo que não era, e eu cri. Achei até que, por alguma razão de um ser superior, você me tivesse sido enviado para me ajudar a caminhar, porque continuar sozinha estava muito difícil. Rá!

Você deu sinais. Eu preferi me iludir. Descobri um passado sórdido, podre, infiel e egoísta, mas quis pensar que toda a dor que você alegava ter vivido pudesse ter de fato mudado sua essência. E eu dava novos votos de confiança, me agarrava a pequenos gestos.

Sentia falta de te ouvir falar de sentimentos. Comecei a me contentar com cada vez menos. Tentei me sentir preenchida pela tua simples companhia e diversão. E achei que fosse somente a paixão se abrandando para um estágio mais maduro, mais brando, baseado no companheirismo que eu buscava há tantos anos.

E vieram as brigas. E fui cedendo à cegueira, porque a dor da separação me trazia à tona tudo que senti quando meu pai se foi, e me achava incapaz de continuar sozinha. Tive medo de te perder como jamais tive de ninguém.

Mas a gente não perde o que nunca teve. 

E eu nunca te tive por inteiro. 

Eu me doei de corpo e alma para sua vida, seus problemas, sua rotina. Parei meu mundo, porque ele passou a ser você. Não me reconheci, não sei quem eu era. Mergulhada em tantas turbulências, veio a doença, o diagnóstico inesperado, a subestimação da mente insana em sua clareza e racionalidade. E eu esperei que você seria meu companheiro nessa jornada.

Mas tantas falhas, tantas brigas, tudo isso quebrou a confiança em você há muito, muito tempo. E se falhei em promessas que fiz sobre confiar, foi porque lá no fundo eu sabia quem você é - mas não tive coragem de te tirar da minha vida até que houvesse algo incontestável, que me desse força pra romper esse vínculo com a doença que se tornou esse sentimento dentro de mim.

E você me deu. Numa manhã em que agimos como uma família - você, sua filha e eu, resolvendo problemas de Imposto de Renda, fazendo compras, almoçando. 

Você me esperou sair com destino e compromisso certo para sair também. E no retorno pra casa, fez seu desvio. E na minha chegada, estava oculto em lugar seguro e quis me manipular de novo. E eu quis acreditar. 

Você me deu o que eu precisava. A coragem que eu não tinha. A certeza de que não estou sendo injusta e de que meu discernimento não está comprometido. Sempre disse que só não perdoaria agressão física e traição - e mais uma vez, eu fui traída.

Não te desejo felicidade - toda a compaixão que você tem pelos animais, não tem pelos seus semelhantes, e a tua felicidade arrasta quem está contigo para um antro de muita dor e decepção.

Desejo, sinceramente, que você encontre alguém ingênua o suficiente para acreditar nas suas mentiras e ser feliz assim. Essa mulher jamais será um décimo do que eu fui na sua vida - mas você nunca mereceu uma mulher como eu! 

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Não adianta...

Não adianta querer fazer birra, apagar meus telefones e depois voltar atrás.

Nem vir até a casa da minha mãe, e até a minha, pra saber onde eu estou.

Não, eu não recebi suas mensagens, embora as tenha lido pelas suas lentes.

Segue pela sombra das escolhas que você fez. Retome o caminho leviano e canalha que sempre te pertenceu. Não adianta dormir de luz acesa pra matar a saudade - a Luz que ficava ao seu lado, agora não está mais aí.

Os meus hábitos são meus, e não vão ocupar o espaço que eu deixei pra trás. Os meus valores são muito consolidados e lutar contra eles fez com que eu me perdesse de mim, aceitasse coisas inadmissíveis que até hoje não sei em qual vala de humilhação eu caí pela primeira vez.

Os canais foram todos bloqueados. Não devia, mas ainda não consigo não saber de você. Mas não quero ouvir sua voz nem suas falsas promessas de novo - eu não sou, nem pretendo ser uma Amélia submissa e frustrada, financeiramente dependente, subjugada, exposta como um troféu com uma placa "a corna da turma".

Não. Não preciso disso. Prefiro ser "a louca", a "hacker", ou o adjetivo que me quiserem dar. Estas pessoas nunca fizeram parte da minha vida, e sim da sua - conte a versão que quiser, não me importa.

Estou eliminando um atraso da minha vida. Alguém que ocupa um espaço que não merece ser seu. Alguém que me fez trocar a cama de solteiro pela de casal, mas "casal" é exatamente o que nunca fomos de fato.

Casal, pra mim, é diferente. É buscar apoio um no outro em qualquer situação. É dividir cumplicidade, medos, pedir e dar conselhos. É se aproximar dos amigos uns dos outros, é saber ceder e se desculpar. Mas principalmente, e acima de tudo, é manter o respeito. E isso entre nós há muito tempo se perdeu. Hoje, só nos resta a pele, mas a tua pele pertence a vários lençóis além do meu, e eu não estou disposta a aceitar isso.

Porque eu tive o exemplo de um casal de verdade, que não se amou só pela fachada. E com o meu pai sempre aprendi como uma mulher deve ser tratada - e o que ele me ensinava, praticava com a minha mãe.

Eu agi como uma das partes de um casal e você, como o moleque que foi a vida inteira.

Pode apagar a luz. Esqueça onde eu moro e meus telefones. Não fale mais meu nome nem de minha família. Faça de conta que nada disso nunca existiu. Meu último desejo é de que você me ajude a esquecer sua voz, seu cheiro e me deixe manter vivas as lembranças dos fatos que me trouxeram até aqui.

sábado, 23 de fevereiro de 2019

Esquecer um amor

Uma das coisas mais dolorosas que encaramos na vida, e infelizmente para a grande maioria das pessoas isso acontece muitas vezes, é esquecer um amor.

Esquecer um amor é admitir o fracasso, é reconhecer que a pessoa que você achou que amava só existiu na sua cabeça, é perceber que talvez justamente por ser tão raro é que um verdadeiro amor correspondido seja tão mágico. É desfazer de planos que você imaginou a dois e de repente perceber que não existe mais nada daquilo, e que tudo precisa ser reformulado sob muitas lágrimas e sentimentos ruins - raiva de si por ter sido tão inocente, raiva do outro por ter feito tantas promessas, saudade em conflito com o amor-próprio... DOR!

Esquecer um amor se torna ainda mais difícil quando máscaras caem - é mais fácil aceitar quando as coisas simplesmente se desgastam e ainda é possível restar algo de bom: consideração, amizade, respeito.

É muito difícil tomar a decisão consciente de esquecer um amor. Queremos o corpo, a voz, e ignoramos os sinais tão claros e tão óbvios: falta de respeito, agressões verbais de todo tipo, distanciamento, falta de companheirismo, falta de admiração, a necessidade constante de diminuir o outro. E quanto mais você tenta trazer a pessoa de volta pra perto (no sentido emocional), mais ela se afasta e te escapa pelos dedos. Parece que quanto mais você se esforça para as coisas darem certo, mais elas se complicam, se emaranham, você se sente sufocado e sozinho ao mesmo tempo. Quando você tenta conversar abertamente, a pessoa se esquiva com escárnio, deboche, e você, doente de uma paixão amedrontada, recua e se anula.

É muito difícil quando temos a consciência clara e plena de que precisamos esquecer um amor. Enquanto você pensa no outro como seu complemento e descobre que, do outro lado, você é uma "roubada". Quando você está planejando um futuro a dois e do outro lado é exatamente o que se quer evitar. Quando você percebe que é só uma fachada, um passatempo enquanto se espera por alguém especial que "uma hora aparece" - e você, tolo ou tola como eu, achava que era uma pessoa especial pra outra parte.

Mas por mais que doa, o lado bom é que sempre passa. Independente da profundidade da dor, de quanto tempo essa ferida foi remexida, mas a abstinência devolve a paz, a clareza, a esperança. O tempo reconstrói os planos, cicatriza as feridas da alma, devolve o sorriso pro nosso rosto aos poucos e toda a dor se transforma em aprendizado e um dia, simplesmente deixa de ser dor pulsante e passa a ser lembrança em preto e branco.

Mas hoje, 12 horas depois de ouvir tanta coisa e ter todo o quebra-cabeças montado, 12 horas depois de ter juntado todas as peças e e de ter tomado a decisão consciente de colocar um ponto final nisso tudo simplesmente por ter chegado ao limite das chagas e da humilhação, eu sou somente dor, raiva, dúvida e desânimo. Terei um sombrio caminho a trilhar até voltar para a Luz - esse é meu nome, e é o que eu sempre volto a ser!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

A difícil e racional escolha

Hoje eu consigo entender um pouco melhor a Suelen e o porquê ela afundou por um relacionamento de dois meses.

Ontem me vi obrigada a tomar a decisão que há tanto protelava. Ontem me rebaixei ao último degrau da minha dignidade e ao enxergar a realidade da minha insignificância para o Luiz, eu acordei. O deboche dele diante da minha mágoa foi um soco no meu estômago para me mostrar que eu não tinha valor nenhum para ele, e que eu estava lutando e esperando coisas que ele não tem para oferecer.

Eu enxerguei que estava tentando me convencer de coisas que ELE deveria tentar me convencer!

Eu descobri coisas terríveis sobre ele. Coisas que ninguém aceitaria. Em vez de enxergar isso, ele manipulou todas as situações e me culpou, e eu aceitei e engoli e permiti... E fui permitindo que ele me agredisse, me torturasse psicologicamente e quase acreditei que realmente eu era culpada por tantas coisas.

O duro golpe que levei foi a coragem que me faltava para dar um ponto final nisso. Não está sendo fácil. Se eu disser que não choro, que não sinto, é de uma hipocrisia ímpar. A diferença é que agora eu enxergo com mais clareza tudo que estava acontecendo e a que eu estava me sujeitando, e o choro agora é mais de decepção do que de saudade.

Não quero nada daquilo de volta. O que eu gostaria que existisse, nunca existiu. O meu choro é por ainda desejar o impossível, e ter plena consciência disso.

De novo errei. De novo me iludi. De novo me fudi.

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Muitas dúvidas, não consigo encontrar as respostas

Não sei o que me prende a este relacionamento fracassado, a estes respingos de um amor encoberto pelas mil sombras fracassadas de um passado confuso, tumultuado, cheio de segredos e de incoerências.

Não somos capazes de respeitar os limites um do outro, nem de aceitar a individualidade de cada um. Não conseguimos resolver nossas diferenças, nem chegar a um ponto pacífico.

Não ouço elogios. Só críticas. Tudo tem defeito, em tudo estou errada.

Ainda assim, insisto. Fico querendo me convencer de que isso pode ser uma fase de adaptação, de que preciso ser mais tolerante, de que não existe felicidade pura na transparência absoluta.

Pergunto-me todos os dias o que meu pai me diria, se estou perdendo meu tempo ou tentando me enganar. Sei que somos humanos e que temos uma faceta a cada núcleo de convivência, e fico tentando me agarrar à imagem do núcleo que me compete. Mas conhecer o todo é deveras decepcionante e talvez, irreversível.

Vejo-me insegura, instável, irritada. Não mais me reconheço - convivo com uma Larissa que eu mesma desconheço. Creio que seja a carência com a qual me agarrei logo após a perda do homem mais importante da minha vida.

Sinto-me sufocada, controlada, pela mesma pessoa que reclama exatamente das mesmas coisas. Sinto-me agredida, criticada, desrespeitada.

Quis insistir por esta viagem, achando que alguns dias juntos pudessem renovar nossa relação. Foi um erro. Talvez eu devesse mesmo ter vindo sozinha, pra renovar meu próprio autoconhecimento e pra tentar reencontrar a minha paz.

Sou constantemente comparada, afrontada, por vezes até ridicularizada. E condenada por algo que eu não fiz. E me pergunto que diabos está acontecendo comigo, que ainda não botei um ponto final nessa merda toda!!!

Eu sei as respostas. Só não tenho coragem para as ações. Logo eu, que sempre fui tão objetiva nas minhas atitudes, agora me vejo confusa como uma adolescente.

Preciso de coragem. Não tem mais conserto. Não tem mais o que remendar.

Quando o pedido é sincero, o Universo atende!

Um dia, no auge do meu desespero durante a doença do meu pai, esgotada física e emocionalmente, eu já não aguentava mais ouvir a frase "você tem que cuidar da sua mãe". Não porque eu não tivesse ciência disso, mas porque eu me sentia completamente sozinha - as pessoas se utilizavam deste jargão para se esquivarem de qualquer participação ou responsabilidade, eu estava longe dos meus amigos e com a minha família feliz sendo atingida a duros golpes, sem nada que amortecesse nossa queda.

Um dia, um dos meus melhores amigos me disse a mesma frase ao telefone, e eu num desabafo disparei "pois é, todo mundo só sabe me dizer que eu tenho que cuidar da minha mãe, eu só quero saber quem é que vai cuidar de mim!". Eu não estava cobrando isso dele de forma alguma, mas foi uma pessoa com quem eu consegui dizer o que sentia, sem medo de julgamentos. Isso foi sincero, profundo, uma fração de minuto onde externei o que me feria a alma.

E o Universo me atendeu. Às vezes tenho muitos medos: de ser algo que se esvaia tão rápido quanto chegou; de que eu esteja sendo iludida - ou me iludindo, transferindo expectativas minhas e potencializando algo não tão significativo assim; de que um dia ele seja obrigado a fazer escolhas que me excluam da vida dele; que eu tenha que conviver eternamente com a sombra do passado dele.

Seja como for, pela primeira vez na vida eu me senti CUIDADA - porque eu só tive relações infantis, onde eu era a bengala em que o outro se escorava. Alguém que me leva em casa, me protege na calçada, acorda de noite e enxuga minhas lágrimas. Talvez tudo isso seja efêmero; talvez tenha recebido a bengala que me enviaram pra conseguir dar os primeiros passos; não sei. Só sei que a presença dele me alivia a alma, me alegra, me faz rir, me faz feliz.

Quando fiquei solteira, há quase 9 anos, eu prometi que não levaria alguém na minha mãe que não valesse a pena, e que não assumiria namoro com alguém com quem eu não me visse junto por muito tempo. Mantive minha palavra.

Seja qual for o motivo pelo qual veio, se alguém enviou e quanto vai durar, tem me feito bem, e sou somente grata - muito grata!

domingo, 8 de abril de 2018

Um turbilhão de emoções contraditórias e complementares

Tantas coisas aconteceram e não escrevi.

Tantas coisas que mudaram minha vida, meu 2018 começou catastrófico e negro. Sentia-me num vazio que sugava qualquer energia minha, parei o que pude pra ter os últimos momentos do meu pai, Luz da minha existência, antes da nossa separação. Eu quis acreditar num milagre, num erro médico, mas ele não veio. Meu pai desencarnou e eu fiquei.

E fiquei sozinha. Não sem amigos, mas cada um me dedicava um pouco de seu tempo como podia, e nem sempre isso era suficiente. Eu também não podia ficar com eles porque não podia deixar minha mãe - fiz uma promessa ao meu pai, já no leito de morte, de cuidar dela.

Não sei descrever o que eu sentia. Saudade, dor, medo, responsabilidade, tristeza - uma tristeza profunda, cruel, voraz, que me engolia e me amarrava. Eu não sabia como seguir adiante, mas sabia que precisaria fazê-lo - era isso que meu pai ia querer, como a vida inteira ele quis pra todos que amava.

Mas o mundo não parou pra eu chorar tudo o que eu precisava. As férias que eu pedi às pressas, e que me deram o tempo que restava do meu pai, as primeiras semanas pra cuidar da minha mãe e de mim, logo acabaram. E eu tive que voltar pra minha realidade louca e agressiva, cheia de gritos, ataques, cobranças, horários, e-mails. 

Não voltei bem, era impossível. Voltei pq era necessário. Passei semanas fora de rotação, sem saber direito como trabalhar, sendo levada pelo que aparecia. Chorando com clientes que eu não conhecia, mas que estavam passando ou já tinham passado pela mesma dor que eu. Expondo para estranhos o quanto sangrava o meu coração, porque eram os anjos do Eloy que me vinham pra aliviar um pouco o coração. A palavra "câncer" nunca mais soou neutra pra mim - ela passou a ser uma ferida aberta, um gatilho que despertava um lado humano que eu sempre escondi.

E no meio desse tumulto, dessa fase tão confusa, dessa loucura, quando estava prestes a fazer um mês que perdi meu pai, mais uma pessoa veio até minha mesa reclamar, e mudou totalmente o curso em declive no qual eu me encontrava. Uma pessoa que, como eu, também chorava a perda de quem amava para o câncer - uma perda também recente, uma história de luta e de angústia que durou 3 anos e que terminou no mesmo dia em que, naquela sala da Beneficência Portuguesa de SP, eu soube que a partida do meu pai estava muito, muito próxima. Uma pessoa que não ouviu meu desabafo com a mesma doçura que eu estava falando, pq naquele momento tudo meu era empatia e dor, mas que mesmo assim o trabalho me fez manter contato por uma pendência que aconteceu durante minha ausência.

E esse contato gerou um elo pelos próximos dias, semanas. E que eu não sabia nem queria lidar, a ausência do meu pai era o Sol da minha existência (ou melhor, sobrevivência) naquele momento. E tentei repelir, mas em vez de ir embora, ele ficou. E veio com todas as qualidades que eu pedia tanto - alguém que me escutasse, que me transmitisse sabedoria, que fosse o homem da relação, que cuidasse de mim.

E comecei a me permitir me sentir feliz. Me sentir cuidada. Não sei se meu caminho pra conhecer alguém ficou bloqueado pra que eu pudesse cumprir meu resgate com o meu pai ou se enviaram alguém pra cuidar da gente, pra que o meu pai em espírito possa seguir o caminho dele. Talvez eu só saiba essa resposta em outro plano. O fato é que ele me tirou daquela espiral descendente em que eu me encontrava e me proporciona momentos da mais profunda felicidade. Plena. Completa. Com admiração, com carinho, com companheirismo. 

Tudo hoje é muito intenso, muito recente, muito forte. Talvez quando essa fase terminar, o coração assentar, um de nós perceba que não era bem isso. Mas o fato é que, hoje, a presença de um na vida do outro tem nos ajudado a seguir adiante.

Voltei para a terapia na última quinta-feira. Com a Scatena, claro. Sinto que muitas caixinhas estão fora do lugar e preciso de ajuda para organizá-las novamente. Estou feliz, mas a falta do meu pai ainda é enorme. Dizem que nunca vai passar, e eu já estou começando a aceitar que realmente não passa. Ninguém jamais vai substituir meu pai. Mas o que ele mais queria era que eu fosse feliz e que minha mãe e eu nos entendêssemos, e isso está acontecendo.

Pai, a gente vai ficar bem.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Ah, Pai! Por que meu pai???

Nunca imaginei que um dia escreveria sobre isso. Sempre acreditei que o câncer não entraria em nossa casa. Mas ele entrou, sem convite e sem avisar. E quando nos demos conta, a casa já era dele.

Ah, pai! Como eu vou sentir sua falta! Como eu vou ficar perdida sem você pra cuidar de mim, do meu carro, do meu juízo! Sem você pra me aconselhar com sua sabedoria nos meus rompantes de ira e destempero.

Ah, pai! Você prometeu que ia cuidar da minha mãe, que ainda ia comigo conhecer o mundo, que ia parar de trabalhar pra conhecer Portugal com a mãe. A gente queria levar o Rômulo pra viajar, voar, ganhar esse gosto que nos unia.

Ah, pai! Quem vai ficar puto com o Santos comigo agora? Com quem eu vou discutir tabela, perguntar como mexer na escalaçao e falar palavrão em coro?

Ah, pai! Quem é que vai reclamar que meu carro tá imundo, tirar sarro porque meu carro é de bate-bate, brigar de quem é a vez de dirigir? Quem vai comigo na drenagem, dividir vaidade dos cabelos brancos, dos perfumes, dos relógios?

Eu tenho tanto de você! Tanto pra me lembrar! Você me fez a pessoa que eu sou, até quando foi contra mim. Você me ensinou a me defender, a não ser feita de capacho de homem nem aceitar ser maltratada. Você me ensinou a dirigir, me incentivou a viajar sozinha, conhecer o mundo. Soube me dar asas sem que eu perdesse a razão. 

Saber que eu te dei orgulho nessa vida me fez tão bem! Que você confia em mim, que você me viu conquistar meu cantinho. Me doeu tanto, tanto, tanto quando você me perguntou "eu FUI um bom pai???".

Ah, pai, você não foi. Você É! Você vai ser pra sempre o melhor pai que eu podia ter. O que vivemos de ruim ficou pra trás, pouco me lembro. Eu tenho orgulho das tuas batalhas, das tuas vitórias, do teu progresso como ser humano. Da tua sabedoria, das pessoas que você ajudou, das marcas que você deixou em todos os lugares por onde passou.

Ah, pai! Eu não aprendi ainda a ter a tua nobreza de alma. Tenho dificuldade em perdoar, em relevar, e me ressinto de muitas pessoas nesse fim de jornada nossa neste plano aqui  

Ah, pai! Como foi difícil te ver agindo como a minha avó Maria com o pôr-do-sol, sentado nos gestos da minha avó Lourdes, com a rebeldia do meu vô Osmar. Não sei te explicar o amor que sinto quando você me olha falando coisas sem o menor sentido e eu sorrio e entro no embalo. As palavras não são suas, mas eu sei que em algum lugar você ainda está ali. Ainda é a mesma pessoa que eu sempre amei, embora seja tão diferente. E esse amor me dá paciência pra repetir, e divagar, e tentar te acalmar.

Ah, pai! Perdoe-me, menti pra você. Muitas vezes nestes últimos dias. Eu não tive coragem de te falar tudo o que eu sabia. Também não consegui fingir tão bem que nada estava acontecendo. Nós tentamos, pai, uma cura pra você. Mas você sofreu e nós falhamos. E agora, ainda é difícil abrir mão do nosso egoísmo e te confortar. Falta-nos força.

Essa vai ser a nossa oração. Eu não quero que você sofra quando você fizer a sua passagem. Nós tínhamos essa dívida, esse resgate. Essa é uma vitória nossa. Nossos espíritos evoluíram. Eu sei que a minha avó e outras pessoas estarão te esperando. Eu quero que você vá com eles, se cuide, se recupere. E quando você puder, quando te for permitido, volte. Quero sentir seu abraço de vez em quando. Quero matar a saudade um pouco. Quero recuperar a força pro tempo que eu ainda vou ficar aqui sem você. Porque eu sei que quando for a minha vez, você vai me esperar, me amparar como fez por toda a vida.

Eu te amo, pai. Um amor tão profundo que eu acho que valeu pelo que eu te devia. Eu chorei e choro por você todas as lágrimas que da outra vez eu não tive. E eu vou continuar cumprindo minha missão aqui, e eu sei que você vai continuar me ajudando.

Amo você. Amo você. Amo você. Amo você. Não me canso de dizer o quanto eu amo você.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Não sei nem que título colocar...

Olhando meu Blogger, descobri que minha última publicação (que ainda estava em rascunho, embora quando eu li tenha achado que estivesse pronta) foi na internação do Nascimento.

De lá pra cá, muita coisa mudou - o Nascimento para morar com os filhos em Taubaté, a minha avó para a clínica, inclusive eu que fui a Peruíbe e voltei.

Mas infelizmente, muitas coisas permanecem iguais - e uma delas é a minha mãe. A convivência com ela está cada dia mais insuportável, estou cansada de ser espezinhada, afrontada, quando não humilhada na frente de outras pessoas. Comprei um apartamento há pouco mais de dois meses, ainda estou reformando, mas agora ele está completamente sem condições de habitabilidade - senão certamente eu já estaria dormindo lá, deitada em qualquer colchão no chão duro.

Ontem foi meu aniversário de 33 anos. E eu não tive vontade NENHUMA de comemorar - muito pelo contrário: propus um cinema (que é algo que eu nem gosto) só para não ter que atender telefone nem fazer social com as pessoas ou ouvir mais bosta da minha mãe.

E hoje fui afrontada mais mil vezes, humilhada na frente da Marta aos berros de "você mora lá na Afonso Pena" (eu não me mudei ainda, infelizmente). Embora eu saiba que em mais 30 ou 40 dias se Deus quiser eu não serei mais obrigada a aturar este tipo de coisa, a cada dia eu sinto mais vontade de chorar, de sumir de tudo e de todos.

Desde quando machuquei o pé (tive uma entorse de grau "2 a 3" na véspera do feriado da Proclamação da República, no boxe, pulando um pneu, e ganhei meu primeiro afastamento pelo INSS da vida), eu percebi o quanto eu sou uma pessoa absolutamente sozinha neste mundo. Pela primeira vez, eu senti SOLIDÃO. Eu não tive UMA pessoa sequer que me oferecesse qualquer tipo de ajuda que fosse, muito pelo contrário - ao pedir carona pro meu pai, ele veio com um papo de "o seu tio Cima vai te dar uns toques porque ele teve a mesma coisa que você e disse que ia até pra São Paulo assim". E quando bati o carro porque ainda não estava dirigindo "com naturalidade" com a robofoot, ainda tive que ouvir piadinhas de que sou barbeira.

Da minha mãe, embora o nosso convívio seja intragável, mas pelo fato de ela estar numa fase de transição (aposentadoria em 20/12/2016) e eu ter dado todo o tipo de suporte que estava ao meu alcance (limitado pelo tornozelo), eu esperava PELO MENOS ajuda do tipo "precisa de algo do mercado?" ou "vai cozinhar? eu te ajudo.". Não. Mais uma vez eu tive que me virar sozinha, e uma vez pra guardar as compras tive que literalmente me sentar no chão pra organizar o armário (abaixar ainda é o movimento mais difícil pra mim, começo a fisioterapia nos próximos dias) e ela em vez de me ajudar, soltou um "pronto, lá vem você bagunçar meu armário de novo pra depois eu não achar mais nada!" (mas guardar as compras não quis).

Dos meus amigos, descobri que só posso contar com eles nas horas de diversão. Na hora do aperto, não pude contar com ninguém, salvo raríssimos momentos.

Por conta da entorse, eu tive muitas dores no quadril do lado oposto ao da lesão, por compensar o peso do corpo. E isso foi o gatilho para que eu procurasse uma nova dieta. A minha mãe me infernizava há meses para "fazer alguma coisa", mas quando eu fiz, qual foi a primeira coisa que ela disse? "Você é quem vai cozinhar, né?". Não é nem por cozinhar - eu realmente já pretendia - mas sim pela demagogia de dizer aos quatro ventos que me apoia e ser a primeira a tirar o corpo fora. Pior do que não cozinhar, é o inferno que ela faz quando EU preciso da cozinha - tudo que eu compro para EU usar (potes, frigideiras, comida), ou ela usa, ou se apropria, ou expulsa e me faz levar lá pro meu apartamento, ainda em reforma.

O que tem me machucado demais foi perceber que as pessoas não têm tempo para mim - sem exceção. Estão todos focados demais em seus próprios umbigos, enquanto a idiota aqui quando não se preocupa com os problemas dos outros é chamada de egoísta e ingrata (sim, meu pai disse isso pelas minhas costas, que sou ingrata porque ele me deu "um carro" - preferi fingir que não chegou aos meus ouvidos pra não discutir que isso foi mais uma promessa quebrada, porque quase 20 anos atrás eu ganhei um apartamento e depois eu "desganhei").

Pela primeira vez na minha vida, acho que estou em depressão. De verdade. Nunca achei que um dia fosse falar isso de coração, ou que fosse ceder a isso, mas eu deveria estar radiante com o meu apartamento e tudo que eu sinto é ansiedade, angústia e SOLIDÃO - eu nunca tinha sentido isso, talvez um pouco em Peruíbe mas lá eu REALMENTE estava sozinha, mas sempre dava um jeito de me distrair.

No primeiro dia depois do meu aniversário, a única coisa que eu quero é chorar - e é o que eu estou fazendo agora. Ontem eu tive essa mesma vontade, mais a intolerância, mais um monte de outros sentimentos confusos, mas pelas aparências eu ainda tentei manter.

Acho que hoje eu entendi porque as pessoas se casam - quando a gente se percebe rodeada de pessoas que não te enxergam, ter alguém pra dividir um teto pode ser bastante reconfortante. É irônico como eu procuro fazer a leitura de todas as pessoas e me fazer presente nas horas mais difíceis, mas há meses e meses eu estou numa fase DE MERDA, sem autoestima, sem perspectivas, desanimada, carente e NINGUÉM ENXERGA!!! Eu devo ser muita boa em me esconder atrás de uma imagem - ou as pessoas estão pouco se fudendo pra mim e não são capazes de dedicar 3 segundos para REALMENTE me notarem.

Hoje, primeiro dia depois do meu aniversário de 33 anos (dia 3, numa terça-feira - mesmo dia da semana em que nasci), o mundo está completamente sem propósito pra mim. Eu não posso pará-lo, nem consigo parar pra me encontrar. Estou perdida e não posso contar com mais ninguém. E preciso de ajuda, mas não sei onde buscá-la.

domingo, 19 de outubro de 2014

Haja paciência - não sei mais de onde tirar!

Maldito ano de 2014 que não acaba!!!

Com tudo que já aconteceu este ano (mil aborrecimentos com reforma, quarto planejado, uns 3 ou 4 curtocircuitos no meu banheiro, pagar diferença de caixa pq todo mundo botou no meu, o AVC e os 38 dias do meu vô Osmar no hospital, a Melissa infernizando a minha vida), no último dia 13 - número cabalístico - veio a cereja do bolo: Nascimento internado, sem previsão de alta e a minha vó em casa.

Ter que cuidar dele, embora eu nem tenha ido visitar, por si só já é difícil de engolir - ter que prestar assistência pra esse traste e ver a minha mãe se desdobrando em mil, pessoal e financeiramente, já é uma tortura.

Pra mim, "tocou" cuidar da minha vó. O Alzheimer é uma doença muito fdp. Pq pra conviver com ela, é necessário MUITO amor porque só ele te dá paciência - eu não tenho paciência naturalmente, menos ainda amor por ela. E não é que não tenha hoje por causa da doença - nunca gostei dela, desde criança. Ter que trocar fralda, compartilhar a casa (e isolar os objetos de uso pessoal meu porque no que ela toca, eu tenho nojo) e repetir quarenta vezes que não tem panela no fogo, que não tem telefone pra ligar, que ela não mora em Taubaté, que a minha mãe não foi no cinema, que está na hora de comer, tudo isso durante a semana foi suportável. Mas o fim de semana tornou insuportável. Estava - e estou - fazendo por consideração a minha mãe, sei que o fardo é pesado demais pra ela, mas eu sou uma pessoa que gosta DEMAIS de manter a rotina e ter tudo virado do avesso por alguém de quem eu sempre quis distância tem me levado ao extremo de todos os meus limites.

domingo, 6 de julho de 2014

Once more, pisted off

I have my religion, I know what it implies, but honestly I don't know how long I can carry this heavy weight over my peace, my balance, my self-steem.

Once more I feel I need some help. But besides, I'm sure I have to make a decision and leave this crappy crazy people behind. Many years ago, I knew I had to leave that job to find myself. Now, I know I have to leave this house - I can't call it "home", because "home" is supposed to be the place where you feel comfortable, free of stigmas, free to be yourself. I don't ever feel this way here.

I don't care if it'll make me a completely lonely person. I really don't. I want to find my "home", my peaceful place. My financial balance as well. But again, I have to choose between my joy for travelling 30 days a year OR my peaceful boring life 330 days a year.

I'll never accept, or even understand, how can somebody argue with me while I'm sleeping. How can somebody argue to herself and blame me? I didn't take part on it, I was very busy living my life!

It's time to move on - actually, I'm very late...

sábado, 31 de maio de 2014

Solidão + depressão pós-viagem

Como já era esperado, após a viagem estou depressiva de novo. Me deprime demais viver momentos tão intensos e depois voltar para o tédio, para as amizades supérfluas e para a família que me suga e me consome.

Estou sozinha em casa há dias, e entediada! Tenho sentido uma solidão profunda nas últimas semanas, mesmo durante a viagem. Há meses tenho desconfiado que estou em depressão (no sentido clínico da palavra), mas não tenho com quem conversar sobre isso. Tenho sentido muita vontade de chorar, constantemente.

Estou me sentindo abandonada, por todos! Os "amigos" tocam suas vidas e eu estou aqui, mais uma vez em casa, sem ter pra onde ou com quem sair. Não os culpo, mas me vejo sem saída.

Estou cansada. Cansada de ter que me bastar sozinha. Cansada dessa falta de companhia. Um vazio enorme me cerca. Meu coração está tão apertado!

Porque eu queria muito ir embora daqui, recomeçar minha vida do zero em todos os sentidos. Tenho sentido falta de abraços, de colos. De dormir abraçada. De conversar no travesseiro. Até mesmo de uma mesa de bar.

Deus, me dê forças. Estou sucumbindo.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Why, Lord? Why?

Why does it have to turn me upside down after so many years???

Such a few tender words and it all comes up again...

Why can't this end? It seems our history was written to last forever... Will it always follow us in a lifetime???

It could have been so different...

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Tô iradaaaaa!!!

PU-TA QUE ME PA-RIU!

Repetido silábica e pausadamente!

Bom, vamos lá, eu vou tentar resumir tudo de importante que aconteceu desde o bendito fim de semana do Renascer...

Fui pro Renascer, muita empolgação... Me despedi já no ônibus, pelo MSN... Cada um pra um lado, disse que não ia no aniversário e eu pedi para pensar com carinho.

Fomos pra primeira dinâmica, era na piscina aquecida. Tirando um pequeno detalhe: a piscina não estava quente!!! Devia tá uns 8°C, quase 23h, um frio de lascar e a gente na água GEEEEEEEEELAAAAAAAAADAAAAA!!! Não consegui relaxar, mas quando me dei conta, não acreditei: a minha mãe conseguiu! Estava lá, boiando, apoiada pelo Bruno... Logo ela, que além do pânico de água, é friorenta ao extremo! Fiquei feliz!

De noite, estou eu no MSN pelo notebook desabafando umas pitangas com a Marina, me chega um torpedo no celular a 1h da manhã. Inacreditavelmente, era ele! Quase não acreditei! Mal me responde os torpedos que eu mando! Dizendo que estava bêbado na XV. Respondi como amiga, brinquei, e na resposta chegou uma frase que me bagunçou toda: "bjo, bom treinamento, amo mto vc!".

Que droga! Comecei a viajar de novo, a me empolgar... A acreditar naquela velha frase de que "a bebida entra e a verdade sai". E passei o fim de semana inteiro renascendo e pensando, renascendo e pensando...

Ainda durante o Renascer, aconteceu algo MUITO legal! Numa dinâmica em que estávamos vendados, eu não sei descrever porque ver mesmo eu não vi, mas eu me senti incrivelmente leve, feliz... Uma sensação de um amor enorme, que não me cabia no peito... Eu tinha vontade de aninhar o mundo no meu colo! E do meu lado, eu comecei a ouvir um choro... Um choro de homem, mas em tom de criança, e pedia companhia... E eu senti um impulso incontrolável de dar carinho a essa "criança" que eu nem sabia quem era! Quando nos tiraram a venda, não acreditei: era o Paulinho, namorado da Marcinha, padrinho do Fran! Eu tinha um certo pé atrás com ele por conta de muitas coisas que a Marcinha desabafava, e quando conheci a essência, me senti mal com isso.

Enfim, finalmente chegou o domingo, o renascimento que eu mais esperava: na água.e Acordei super empolgada, muita expectativa. Deixei que minha mãe fosse a primeira porque eu sabia que durante a troca haveria muito barulho e eu achei que fosse me concentrar mais fácil.

Ela realmente embarcou, se soltou, e eu revivi em detalhes um momento da infância dela que eu gostaria de nunca ter visto... E chorei muito, me senti mal, me senti meio que culpada por trazer isso à tona (apesar de eu ter sondado depois e aparentemente ela não se lembrar de nada).

Aí era a minha vez. Esperei muuuuuuuuito por este momento. Mas por estar muito mexida com o que eu vi, já tava meio fd pra eu relaxar. Primeiro que já tava meio ruim pra eu me acomodar... Daí, quando eu estava já quase com o inconsciente ativado, minha mãe foi olhar o Gui gargalhando e me deixou afundar e engolir água. Moral da história: não consegui confiar mais e não relaxei mais. Fiquei puta da vida! Tive uma sensação de descaso, de quem foi abandonada, tive raiva, senti desprezo. E quando falei, ela começou com a mania de se fazer de vítima e manipular as coisas. Ela nem sabia direito quando eu engoli água, de tão desligada que estava! Não era mais fácil dizer "desculpe, eu errei" e pronto? Mas nããããão!!! Alcione Elizabeth jamais faria isso. E eis que se passaram semanas neste clima de merda na minha casa...


domingo, 29 de setembro de 2013

Batendo aquela deprê de novo...

ODEIO quando essa onda de pessimismo saudosista chega de repente e me apunhala pelas costas!!!

Bateu de novo aquele "quê" de carência que há muito tempo não se "achegava"...

4:20 da manhã, completamente sozinha em casa, me peguei pensando se eu viveria deste modo pelo resto dos meus dias... E o pior, me perguntando se hoje eu pago o preço de algumas boas oportunidades que (acredito que) deixei passar!

Lá se vão mais de 4 anos... Já casei todos os meus ex! Fico me perguntando se eu fui muito exigente ou apenas insuportável! rs... À exceção de um (que foi o melhor de todos, mas não teve o melhor de mim), não sei responder.

4 anos já se passaram... 30 de idade por chegar... E eu continuo andando em círculos! Muito mais seletiva, com mais autoestima, lidando com a necessidade de companhia sem pular no primeiro pescoço que passa... Mas às vezes me pergunto como preencher um vazio que vez por outra se mostra ali, quietinho, porém sempre existente...

Isso é falta de álcool no sangue de uma madrugada de sábado!

segunda-feira, 1 de abril de 2013

"A vida vem em ondas como o mar..."

Acho engraçado como a vida sempre acha uma forma interessante de nos ensinar.

Agora, quase dez anos depois, me aparece alguém tão igual à pessoa que despertou o pior que havia em mim: ira, ciúme, ódio, remorso, revolta, depressão.

Uma vez eu ouvi no Vencer que ainda que um fato se repita, nunca será igual porque o nosso momento é diferente em cada ocasião. E é a pura verdade! O que antes me envolvia, hoje me irrita, enoja e me afasta.

O problema é que reviver o passado tem trazido à tona os piores sentimentos possíveis (os mesmos que já citei). Eu diria que era improvável, mas é incrível como duas pessoas podem ser tão parecidas não só fisicamente, mas também nos defeitos de caráter.

A diferença é que hoje sou mais vivida. Aprendi pela dor, quase dez anos atrás. Cresci. Mas descobri que ainda que eu saiba identificar o que acontece, conviver com isso não me faz bem. E quando "instigada", a pessoa mostra o seu verdadeiro lado podre, baixo, vulgar e ofensivo.

Tive medo de ser impulsiva. Deveria ter sido. Em poucas horas, li tantas coisas que eram tão desnecessárias que me aborreceram por demais.

Se era pra testar o quanto eu aprendi a separar as coisas, está provado que aprendi. Ou se o teste era do quanto me gosto e me respeito agora, estou aprovada também.

Não sou mais carente. Sei que posso ser feliz sem alguém ao meu lado. E isso me dá força pra romper os laços que nem se criaram sem olhar pra trás.

Não é mais uma piada de Primeiro de Abril. A vida vem em ondas e o barco segue com elas.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Don't let me down...

Hoje minha mente, meu coração e meu espírito clamam desesperadamente por desabafo!

Nunca tive sintomas físicos tão fortes de uma agressão emocional! Nunca fui tão humilhada na minha vida, eu me senti mais podre do que lixo. Prender o choro por quinze minutos me fez muito mal, aquilo parece ter engasgado e eu levei quase 1,5h pra me restabelecer, e mesmo assim só com autohipnose. Eu tinha tremores, palpitações, falta de ar, por diversas vezes parecia sair de mim.

Não vou entrar no mérito de querer entender (mais uma vez) quem me atacou. Eu já havia percebido a antipatia, mas não achei que pudesse chegar a um grau tão repulsivo, tão pessoal! Me espanta, amedronta e revolta ouvir a pessoa dizer que eu não fiz coisas que fiz, que eu disse coisas que não disse, que eu agi de má fé e omiti coisas dela que ela mesma me respondeu.

Ser acusada de irresponsável dizendo que eu faço as coisas "nas coxas", que eu gero retrabalho? Meu Deus, tem muito mais pendências de pessoas que estão ali há mais tempo do que eu!

"Quem você foi e o que você fez, isso não me interessa, não diz nada nem pra mim nem pra fulana!". Eu gostaria, sim, que isso fosse verdade integralmente. Porque reclamam que eu não pergunto, me ensinam errado e tiram o corpo fora! E quando a bomba estoura, não me avaliam como uma funcionária que acabou de chegar, mas sim como uma pessoa displicente que tem anos de casa. Se o meu passado não interessa, então eu quero ter atribuições e avaliações de alguém sem história!

Ser ameaçada de que eu mexi numa conta que nem ela mexe (como se eu tivesse autonomia pra tal, ou como se eu tivesse feito propositalmente) e de que eu fique bem ciente de que a minha avaliação é na semana que vem e "isso será reportado"... Ser acusada de colocá-la numa situação pela qual nunca passou em "11 anos de Caixa" (descontam-se os afastamentos???) e de que eu estou "colocando o carro na frente dos bois". Sim, eu concordo que sim, mas no primeiro dia já me jogaram na furiosa, não fui eu quem inverteu a ordem das coisas! Não fui eu quem preferiu ficar isolada, atendendo num canto por meio período apenas.

Eu não sei exatamente nem o que sentir. Além da humilhação, sinto raiva, sinto medo, sinto vontade de largar tudo. Sinto-me injustiçada, acuada, acusada de coisas que não fiz. E sei que se não houver outro caminho, ele será de espinhos dolorosos e que me punirão por muito tempo (punição essa que eu não acredito merecer).

Sinto-me tão aviltada e ao mesmo tempo tão pequena!

Eu queria sumir e reaparecer em algum lugar muito, muito distante...

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Interessados x Interesseiros

Todo mundo tem um dia em que se sente uma perfeita idiota.

Hoje foi a minha vez!

OK, eu tenho o péssimo hábito de me deixar envolver por certas situações justamente porque eu sei que levanto rápido. Eu sabia que estava numa espécie de jogada suicida, mas paguei pra ver por pura falta de assunto melhor na fase atual.

Nem todos se interessam pelo que você tem materialmente falando. Alguns te usam pelo conhecimento, pelo que você sabe fazer. E hoje eu percebi bem isso. Já estava desconfiada há algumas semanas, mas nessa tarde ficou cristalino como água e eu tive raiva de mim. Não por ter apostado ou por ter acreditado porque eu sempre tive o pé atrás, mas por ter de certo modo investido.

Um leve balde de água fria veio dois dias atrás. Eu levei na esportiva, mas liguei todas as antenas possíveis. Hoje foi uma cachoeira mesmo. Enquanto eu atendi, ou respondi ao assunto que interessava, tive atenção. Dps disso, ignorada totalmente.

Cansei. Mais um que vou tocar-lhe o foda-se. O irônico é que eu estava reclamando de estar sozinha e no último mês dispensei uns cinco por conta deste joguinho besta.

Foco, Larissa... Vc tem a faculdade toda enroscada pra resolver, a prova da CPA-10 que vai perder o prazo do agendamento e desperdiçar o dinheiro de novo, as jóias pra girar, contas a pagar, readaptar-se na CEF e cuidar da sua saúde! Problemas não te faltam, só falta FOCO!

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Sobre o post de agosto!!!

Ah, é, isso merece registro!

Sexta-feira agora completo dois meses sem fumar! \o/

Nesse ínterim, tive três recaídas: uma de meio cigarro, duas de "tragadinha". O lado bom é que todas elas me fizeram fisicamente muito mal: tive enjôo, tontura, detestei o gosto e o cheiro depois.

O lado ruim é que tem horas que meu corpo continua pedindo o cigarro. É uma batalha bizarra entre a cabeça e o corpo: o que ela pede, o outro rejeita!

De vez em quando me bate a vontade. Mas se antes era constante, hoje acontece umas cinco vezes por semana no máximo. Pra dois meses, tá ótimo!

Not again. Surprise me!


Don't be fool like so many that I've met before.
Surprise me. Be gentle. Offer me your coat, keep me warm in your arms.
Don't be predictable like so many that I've met before.
Surprise me. Be audacious. Invite me for a glass of wine, candle lights, or maybe a bungee-jump! Why not?
Don't be jerk like so many that I've met before.
Surprise me. Be honest. Don't promiss what you can't afford, don't fool anybody.
Don't be cold like so many that I've met before.
Surprise me. Be funny. Tell me jokes, maybe just a big laugh can make my day.

I'm not a little girl anymore. I'm not a dreamer, I've learnt exactly what and how I want.
I can keep my mind on the clouds and my feet on the ground.
I can trick you as much as you can trick me...
I can raise myself how many times I have to.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Desnicotinando!

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Hoje (sexta-feira) será meu sexto dia sem fumar...

Vivo de pensamentos bipolares: qdo alguns amigos dizem que largaram há meses ou anos e até hoje sentem vontade, penso em desistir.

Daí eu penso no quanto é bom ter a certeza de que não estou fedendo a cigarro, no paladar, no olfato e na voz que estão melhores, tento me apegar...

Mas a grande verdade é que no fundo, no fundo, eu sinto uma vontade fdp de fumar... Chego a sentir o gosto na boca qdo penso nisso!

Que droga...

terça-feira, 29 de maio de 2012

O passo para trás mais doloroso...

Acabei de fazer uma das coisas mais difíceis dos últimos tempos.

Coloquei meu carro à venda. Publiquei no Webmotors e no Facebook.

Chorei dez dias atrás ao tomar consciência disso. Chorei dois dias atrás ao fotografar o carro. Chorei ao terminar de escrever o anúncio. Chorei ao escolher as fotos. E estou chorando de novo escrevendo aqui.

Já fiz e refiz cálculos e projeções e sei que, se eu quiser reorganizar minha vida financeira, eu tenho que abrir mão dele. Eu sei que não nasci de carro e que um dia posso comprar outro. Acho que o problema não é o carro em si, mas o que ele representa.

Diante de tanta dificuldade, ele era o único "luxo" que eu ainda tinha. Era a única conquista que persistia, já que tantas outras ficaram pelas trilhas que deixei atrás de mim. Meu conforto de poder fazer meus extras de fotografia sem depender de ninguém. De poder sair a qualquer hora, e ir a qualquer lugar. De ir a São Paulo resolver algum problema ou apenas assistir a algum show. A independência de transporte que eu tinha desde os meus 22 anos e que agora, aos 28, eu perco. A ferramenta que me permitia, num único dia, ir ao Pilates, ao trabalho, à fisioterapia e ainda chegar na faculdade no início da primeira aula.

O preço da minha escolha. Um ano e meio atrás, achei que pudesse resistir a estes tempos, este fardo que tem me pesado mais do que eu esperava. Mas não pude. Não tenho o controle de nada, e criei uma expectativa de crescimento rápido que não foi atendida e nem será tão cedo. Fui deixando muitas "vitórias" pelo caminho: a Fatos, o Tuxi (que me deixou, e sempre me fará muita falta), Nextel, algumas (falsas) amizades, o prazer de fazer compras, viajar, sair várias vezes numa mesma semana. O carro era só o que ainda me restava, e agora ele também vai embora.

Aos 28 anos, me vejo pior do que nunca estive: volto aos "bens" dos meus 19 anos com duas diferenças: uma faculdade que finalmente vou terminar e uma dívida impagável sobre os ombros, que só eu sei a força que faço para carregar.

Apesar de tudo, não me arrependo de ter deixado o calabouço para trás. Só me arrependo de como gastei o dinheiro que ganhei. Deveria ter me planejado melhor, achei que como das outras vezes Deus me abriria uma janela. Mas desta vez foi diferente. A janela que se abre é a de um outro tipo de crescimento. Talvez eu precise disso neste momento para me tornar um ser humano menos materialista, mais espiritualizado, menos compulsivo, mais equilibrado.

Eu posso enxergar tudo isso. Eu sou uma Matemática, já coloquei tudo em planilhas com valores e datas. Meu lado racional sabe o quanto isso é necessário. Mas também sou humana, sou fraca, sou fútil e queria poder não precisar passar por isso.

São muitos problemas ao mesmo tempo. E ultimamente, não há nada que tenha vindo ao meu encontro para me confortar. Sinto-me sozinha no olho do furacão. Muitas pessoas se dizem "presentes", mas pouquíssimas realmente estão preocupadas comigo. Estão centradas demais em seus próprios problemas e não posso culpá-las por isso.

No fim, a venda do carro é o atestado do meu fracasso. De todas as merdas que eu já fiz, de todas as pessoas com quem (não) posso contar, do quanto eu me prendi a coisas efêmeras e me esqueci das principais.

É difícil admitir isso. Meu orgulho sempre tão evidente me tortura. Sinto-me pequena, inútil, incapaz. Mas a grande verdade é uma só: eu fracassei. Em todos os sentidos que eu havia dado pra minha vida, eu falhei. Em relacionamentos, profissão, formação, finanças, nada do que eu projetei/me apeguei/construi deu certo. Aliás, até aqui deu tudo errado! De todos os recomeços, este sem dúvida foi o que me atingiu mais.

Hoje eu derrubei a última carta do meu castelo de areia. Hoje eu admiti publicamente o tamanho do meu fracasso. E isso está me machucando demais!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

O Melhor Time do Brasil é o Santos - Premiere FC

Achei IRADO esse vídeo!

Pena que não consigo capturar pra gravar pra mim!

O Melhor Time do Brasil é o Santos - Premiere FC

terça-feira, 17 de abril de 2012

Minha semana começou belezinha, viu...

Sim, este foi um título sarcástico.


Mas eu vou dividir o post em duas partes: a interna e a externa. Pq externamente, certas coisas até que tem ido bem. O problema é aqui dentro da minha cabeça. A terapia tem me feito MUITA falta.


Externamente: hoje tive prova de Contabilidade. Acho que gabaritei. Se sim, já é uma matéria a menos pra eu esquentar a cabeça pra P2.


A venda do apartamento parece que vai caminhando bem. Apesar de alguns "conflitos" com a corretora sobre comissão (nada que não possa ser negociado), a ansiedade de fechar negócio com a "nova morada" tem feito com que este seja o único assunto aqui em casa.


A exibição do vídeo da minha entrevista ficou até legal, mas passou na Globo News e a gente não viu porque não sabia que ia passar, só soubemos por outras pessoas. Consegui baixar do site do SPTV, mas a qualidade é um lixo. Preciso lembrar de pedir uma cópia lá pra menina, quem sabe ela não me arranja.


A festa do Centenário do Santos foi linda. Chorei ao ver muitos vídeos na internet ou entrevistas. Como pode a gente amar TANTO um time, né?


No trabalho o clima parece ter melhorado um pouco. Espero com isso melhorar minha motivação pra produção, pq realmente eu não ando muito animada pra isso.


Mas internamente... Ah, isso que tá acabando comigo! Hoje que me dei conta, daqui a alguns dias completarei TRÊS ANOS solteira. Desde antes do meu primeiro namoro que eu não passava tanto tempo sozinha. De fato, não me vejo namorando ninguém agora... Mas tem batido aquela carência (ou, na minha linguagem, "fase altamente apaixonável") da qual eu MORRO de medo - é nessa fase que meu dedo-podre entra em ação e eu faço MUITA merda. E esse dedo-podre tem brilhado muito bem nos últimos dois meses!


A merda é que o que a vida não te mostra, a internet revela! Antigamente, a frase era exclusiva ao Orkut. Hj, que ele praticamente não existe mais, a coisa é mais extensa. Twitter, Facebook, Foursquare, MSN, Skype... Tudo isso mostra sempre umas verdades que doem!


No "balanço" dos últimos dois meses, acho que eu revivi todos os tranqueiras que já passaram pela minha vida inteira. O canalha apaixonante, o sonso falso-bonzinho, o falso adulto, o grude "não se tocou ainda que eu não te quero"... O que tem me emputecido profundamente é que, independente da máscara, todos os "começos" morreram no embrião sem muita explicação... 


Até o canalha eu acho é bom - é o tipo de homem viciante que mais magoa do que satisfaz e manter uma certa distância de segurança é bem-vindo... É o tipo de cara que eu sei que só me faz mal! Apesar da saudade que dá, a gente se conforma com o "Deus sabe o que faz".


O sonso-falso-bonzinho se chegou na pele que eu gosto. Gringo, tranquilão, aparentemente até um pouco precavido demais e, principalmente, muitíssimo bem-recomendado! Deu-me boa noite (após quase uma semana de olhares e sorrisos) trazendo num pedaço de papel todos os contatos possíveis a um embarcado (Facebook, e-mail, Skype)... E falando mil coisas, e marcando um encontro pra dali a poucos dias... Tu ligou no Skype? Nem ele. Sumiu mais rápido do que apareceu sem motivo aparente. Nem online aparece...


O falso-adulto foi fantástico! Ganhou uma medalhinha quando disse que eu sou uma mulher brava e que MORRE de medo de mulher assim - seria pra me preocupar se quem estava dizendo isso não fosse um policial armado e que estava sozinho no carro comigo (e eu de carona!). Mesmo assim, poucos minutos depois de me deixar em casa começou com torpedos... E indiretinhas... E miou também sem motivo aparente três dias depois, sendo que nem nos vimos mais. Há uma semana enviava torpedos o dia inteiro, agora quando responde aos meus demora horas e horas, quando não no dia seguinte. Cansei do joguinho, já pulei fora.


O "não se tocou ainda que eu não te quero" me telefona há meses... Já não atendo mais, bloqueei no MSN, não respondo a mensagens e mesmo assim insiste. Perdeu-me justamente por essa mania de telefone - que eu odeio e pra completar, não sabe usar com bom senso - e pra piorar, quando eu tive a infeliz idéia de atender da primeira vez ficou mais de duas horas pendurado comigo no telefone, eu falando mil vezes que precisava desligar e não se tocava. Na boa, isso me encheu! Já passou da idade do "quero ouvir a sua voz".


O outro embarcado não foi muito diferente do sonso-falso-bonzinho. Não merece detalhes porque é história repetida (na verdade, a repetida foi a outra porque essa aconteceu antes, mas enfim). Pediu contato, pediu pra escrever, passou e-mail, passou mil coisas e além de não responder, ainda recusou convite no Skype. Então pra que passa, oras?


Aliás, definitivamente eu tô em má fase com embarcados! Também teve um no Cruzeiro do Centenário, também não merece longa história. Tô esperando o "daqui a dez minutinhos já passo lá, tô terminando aqui" até hoje...


Reencontrar o grande amor da minha vida foi bom. Foi bom pra eu descobrir que não senti NADA quando o vi ou, se senti, foi encoberto ao ver o quanto ele se dá bem com a atual. Mas confesso que me espantei ao ver um princípio de calvície! Como o tempo passa... Quase nem parece que já se passaram mais de quinze anos! Página virada...


Um que era candidato a alguma coisa perto do meu aniversário esfriou tanto que virou amigo. Mas pelo menos é um ótimo amigo!


Se alguém me perguntasse: "Larissa, qual deles você namoraria?", a resposta seria "nenhum". Por motivos dos mais variados - a maior parte deles, descobri pela internet (e é aqui que eu retomo minha introdução! rs). 


Com o canalha ainda tenho contato - pouco, mas tenho. É o tipo que seria um pouco do "François I" (se autoafirma humilhando quem está próximo) e que além disso me faria virar do avesso de ciúme.


O sonso-falso-bonzinho pelo que vi, não desceu porque arrumou outra brasileira que também embarcou na mesma história de bom-moço. Se mostrou um "jogador", que pena...


O falso-adulto se esquivou quando pedi ajuda para aquela história do PVE... Hj acredito que tenha me bloqueado no MSN, pq o vi online no Facebook várias vezes mas offline no MSN. Nem falei com ele - já disse que cansei de brincar disso - mas pelo menos poderia ser mais inteligente e bloquear nos dois!


Os outros dois embarcados dispensam comentários. Um amor em cada porto. Mais um pouco e será a minha vez, eu até entendo isso - o que eu não entendo é pq homens em geral tem mania de "colocar pilha" nas coisas antes de sumir. Eu não pedi nada - simplesmente vira as costas e vai embora. Vai ser feliz e não fica de onda pra cima de mim.


O que virou amigo me lembra muito o "François II". Ainda meio sem rumo na vida, problemático e eu já tenho problemas suficientes.


O grude então, sem comentários! Já tá mto velho e eu tenho medo de gente grudenta. Tendem a ser possessivos e neuróticos, melhor correr antes de começar!


Recebi alguns elogios nos últimos dias. Faz bem pro ego e eu, nessa fase megassensível, fico feliz com pouca coisa! rs... E além de que, de onde vieram, não me atraem, então nem pretendo alimentar falsas esperanças (homens são canalhas, eu não acho que precise sê-lo se eu puder evitar).


Agora entendo porque os 30 anos fazem tanta bagunça na nossa cabeça. É quando a gente percebe que o tempo está passando muito depressa e quantas coisas ainda não foram feitas.


Contas a pagar, mudança de apartamento (só de pensar em esvaziar esse quarto já me arrepio!), carência, TCC, provas da faculdade, estágio pra arranjar... Eu queria dormir agora e só acordar em dezembro!

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Menina-mulher!

Eu ainda não consegui, mas juro que vou tentar até morrer (ou paro se eu conseguir antes).

Diante dos sucessivos acontecimentos na área "candidatos a envolvimentos", embora eu ache que haja peculiaridades do outro plano interferindo também, eu tenho ocupado muito tempo útil da minha mente com reflexões inúteis sobre isso.

Uma coisa que eu detesto é gente indecisa. Outra coisa é gente medrosa. E eu já concluí um bom tempo atrás que eu amedronto homens (não estou falando de tamanho, estou falando de comportamento). E me irrita quando alguém fica nesse "não-fode-e-não-libera-a-cama".

Se eu assusto, simplesmente sumam. Não fiquem dias alongando o assunto pra depois sumirem. Acredite, eu dou menos importância a vocês do que vocês acham que tem! Eu não morro de véspera, nem morro por ninguém além dos meus pais e de mim.

E se é pra sumir, não se dêem ao trabalho de pedir contatos. Na boa, eu acho um saco ter que fazer faxina de celular.

Se vocês tem medo, ou dúvidas, vão pra casa, pensem e decidam depois. Mas pensar é algo que ocorre na velocidade da luz, então não são necessárias semanas pra isso (a não ser que haja algum déficit de neurônios).

Meu interesse dura tanto quanto uma gripe forte. Em no máximo duas semanas, já passou!

Eu não acredito mais em lindas e românticas histórias de amor. Já cresci, já sofri fortes golpes de realidade antes e uma coisa q aprendi nas pancadas foi a não esperar muito de ninguém (isso quando eu ainda espero alguma coisa).

Eu sou capricorniana. Elemento Terra. Não sou tão fria quanto demonstro, mas também não vivo na Ilha da Fantasia. Mas sou calculista e analítica, sei exatamente o que quero agora. O que eu busco, talvez eu nunca encontre e eu sei disso. E mesmo se a pessoa que eu quiser aparecer, nem por ela eu vou me arrastar. Não rolou, c'est la vié! E não se iluda. Não é você.

As pessoas que passaram pela minha vida no último ano eu sabia exatamente quem eram e para que serviriam. Algumas ainda mereciam o nobre título de "amigo colorido". Outros, só ganhavam uma etiquetinha de "eu fui". Conforme-se, não só homens tem peguetes! Mulheres também tem. EU também tenho.

Não sou mais menina. Sou mulher. Sou MUITO mulher pra esconder o que sinto e sofrer calada, e também sou muito mulher pra de vez em quando, deixar a máscara cair e pagar pra ver (ainda que quase sempre isso me prejudique, mas quem não blefa não ganha).

Nem sempre sou mulher. Também sou uma menina que se encanta com pequenos gestos. Sou MUITO menina pra fazer besteiras e rir de mim mesma (ainda que por trás do riso esteja uma insegurança que me acompanha desde muito cedo).

Mas gosto de ser mulher. Decidida! Independente! Inatingível, blasé, que vive como quem realmente é sem tentar agradar a ninguém. Que conquista o mundo com um salto alto e um batom vermelho, um bom perfume e um bom papo.

E gosto também de ser menina. Insegura! Carente! Que pede colo, alisa cabelo, vive como uma criança que gosta de brincar de esconde-esconde. Que se sente segura dentro do próprio quarto com um cobertor, um bom conselho e um bom abraço.

Eu sou o Ying e o Yang. Tenho os dois lados (bipolar não!). E mostro ao mundo qual me convier naquele determinado momento. Critico e também sou sujeita a críticas (e quem não é?).

É assustador? Sim, e muito! Eu não pertenço à "massa". Fui educada pra ser diferente desde criança, aprendi com minha mãe. Só o desafio torna a vitória mais emocionante. Nada que vem fácil é marcante. E aos que se arriscaram, eu não tenho a menor dúvida de que deixei a minha marca pelo resto da vida.

Conhecer-me a fundo é MUITO difícil. Mas esse tipo de homem medroso, indeciso e muitas vezes canalha, eu já conheço bem. Bem o suficiente pra só grudar o selinho de "eu fui", são tipos descartáveis que se encontram aos montes. E eu não me contento com "montes", te descarto sem olhar pra trás. Tem que ser, pelo menos, tão diferente quanto eu sou...


"Gosto daquilo que me desafia. O fácil nunca me interessou. Já o obviamente impossível sempre me atraiu e muito." (Clarice Lispector)